Cada um de nós traz no “DNA de nosso espírito” um código gravado com o somatório de nossas experiências nas mais diversas e sucessivas encarnações que tivemos ao longo dos séculos.
Ninguém está na Terra pela primeira vez. Todos que hoje nos encontramos por aqui já habitamos o planeta em outras oportunidades, encarnados em corpos diferentes dos atuais e com enredos distintos da realidade momentânea.
Porém, a grande maioria de nós, através da benção da reencarnação, tem, nesta vida de agora, a oportunidade de conviver com espíritos, amigos ou não, para fortalecer laços, avançar em realizações comuns e, mesmo, reconciliar-se com desafetos de outrora.
A pluralidade das existências é mecanismo divino de aperfeiçoamento da convivência entre os seres humanos. É dádiva concedida a todos nós que, desajustados pelo egoísmo e pelo orgulho ao longo dos séculos, vivemos a desperdiçar as chances que a vida nos dá de fazer amizades duradouras, desenvolver relacionamentos virtuosos e construir famílias que aprendam a cooperar baseadas no amor supremo que o Mestre nos ensinou.
Contudo, impressionados com os erros alheios, muitos de nós ainda preferem viver a catalogar as falhas, os vícios, a mesquinhez, a soberba e outros comportamentos abjetos que percebemos com todas as nuances em nosso próximo “defeituoso”, sem refletir com a devida profundidade sobre nossos próprios comportamentos imperfeitos, vícios e atitudes incoerentes.
E mesmo quando já nos sentimos endossados pelos ensinamentos evangélicos dos quais já nos consideramos conhecedores, tomamos, com frequência, às nossas mãos o martelo severo do julgamento, para sentenciar sem piedade aqueles que vivem a errar a nossa frente. E nesta hora de acusação, sequer lembramos do conselho amoroso do Divino Mestre que nos ensinou: “Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados. (Mateus, VI: 14 e 15)”.
E mesmo quando esta vaga lembrança ecoa em nossa consciência, comumente perturbados por reações viscerais, raciocinamos de forma obtusa considerando intolerável conviver e aceitar as repetidas falhas daqueles que conseguem nos tirar, de maneira recorrente, a paz que tanto buscamos para nossas almas.
Perdoar uma vez vá lá, mas viver perdoando quem se mostra constantemente em erro não dá! E pensando e agindo assim, olvidamos outro valioso conselho do querido Cordeiro de Deus: “Se vosso irmão pecar contra ti, vai, e corrige-o entre ti e ele somente; se te ouvir, ganhado terás a teu irmão. Então, chegando-se Pedro a ele, perguntou: Senhor, quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, para que eu lhe perdoe? Será até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes. (Mateus, XVIII: 15, 21e 22)”.
Pois então, caro irmão, se estás nesta vida diante de relacionamentos que te parecem perturbadores confia na providência divina que colocou em tuas mãos o instrumento do perdão restaurador, que, como um bálsamo de luz, recairá sobre as chagas de outrora, que tens nesta vida a grande chance de curar.
Ao perdoar incansavelmente aquele que te ofendeu ontem e hoje, e que tu ofendeste um dia, não tenhas dúvidas de que o remédio que te há de curar hoje, contribuirá muito, com toda a certeza, para a cura de teu irmão que poderá se dar hoje também ou amanhã na vida futura.
Confia no Cristo, faça a tua parte e não te arrependerás!
Equipe Um Caminho publicado em 28 de maio de 2016