Nos últimos dias estamos sendo defrontados com tragédias de toda ordem, afetando cidades inteiras, grupos de jovens, vitimizando religiosas e iludidos por falsos cristos, crianças e mulheres violentadas em suas próprias casas, mas quantas tragédias anônimas ou 'silenciosas' estão à nossa volta?
É como se o que ocorresse na esfera privada, não fosse parte do nosso cotidiano, de nossa esfera de ação. A negligência e a omissão são as grandes comparsas dos criminosos.
Não se iluda de que não sendo o executor do tiro, da agressão, do roubo, do estupro de uma criança, mas tendo ciência de que isso está acontecendo ou de sua possibilidade, você já não esteja comprometido com o crime. Se a tragédia ainda não chegou em sua casa, não quer dizer que ela não virá, portanto, denuncie, se meta, proteja, acolha, aprenda a ouvir. São crianças, jovens, mulheres e idosos sofrendo atrocidades diariamente, bem debaixo do seu nariz.
Não tenha a ilusão de que cada crime desses, pressentido ou sabido por você, não lhe respingará. Esse fardo pesará e seguirá você, em sua consciência. Portanto, não se omita, não seja conivente por comodismo ou convenção social. Um grito de socorro, ensurdecedor, ecoa em nossa doentia sociedade, ouça! Há que se ter empatia, respeito e acima de tudo humanidade, chega de desculpas e preconceitos que não te elevam.
Somos todos irmãos seguindo a mesma jornada, almejando o mesmo fim: a paz, a plenitude e a felicidade. Mas é possível ser feliz vendo a desgraça que se abate no seu vizinho, com sua sobrinha ou sobrinho, com aquele idoso maltrapilho pedindo um trocado na porto de algum mercado?!
"Amais uns aos outros como vos amei e fazeis a eles conforme quiserdes que lhe seja feito", já pronunciou pedagogicamente nosso Mestre.
Texto de Luciana Pereira, Comunicadora Social (por formação), trabalhadora do Lar Espírita Aprendizes do Evangelho (LEAE).