Ao contrário do que possa parecer, muitas vezes o silêncio tem muito a dizer, carregando em sua aparente falta de palavras uma intensidade tamanha de sentimentos, uma grande carga emocional, às vezes mais significativa do que uma enxurrada de palavras.
O silêncio pode acalmar, ferir, amparar ou violentar. Em algumas ocasiões pode trazer paz, em outras, tempestades. O silêncio também pode corresponder à reflexão, a um turbilhão de pensamentos pulsando dentro de nós.
Às vezes, o silêncio é solidão, vazio, dor e tristeza. Outras vezes, o silêncio é desistência, quando se chega à conclusão que não vale a pena insistir em algo ou alguém, tentar convencer, clamar por atenção e reciprocidade. Pode também significar desapego, libertação, livramento. Esvaziamento de algo que já não faz mais sentido.
Também pode o silencio refletir felicidade, certezas, convicção e força. Sabermos os momentos certos para calarmos e guardarmos para nós aquilo que pensamos nos salva de problemas dispensáveis.
Nem sempre estamos prontos para expressar nossos pontos de vista, nem sempre conseguimos verbalizar o que queremos, o que temos dentro de nós e muitas vezes nos privamos de conflitos quando optamos por não falar.
O ideal seria que pensamento e palavras convivessem harmonicamente, de forma que um não atropelasse o outro ou a nós mesmos, colocando-nos em situações constrangedoras, por impulso.
Palavras, após ditas, não voltam mais, deixando suas marcas.
Quando o silêncio tem o objetivo de calar sentimentos fortes, pode internalizar angústias e nos fazer mal, diminuindo nossa confiança e vitalidade. Quando, porém, é uma atitude pensada e voltada para o autocuidado, pode ser valioso e nos auxiliar a caminhar com mais leveza rumo aos nossos objetivos.
Escrito por Adriana, CVV Araraquara (SP), publicado no site do CVV.