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O livro Parnaso de Além Túmulo revolucionou a literatura mediunica |
O ano de 1932 é reconhecidamente marcado pela Revolução Constitucionalista, fato inclusive comemorado com feriado em todo o estado de São Paulo. O que muita gente não sabe é que este foi também um ano marcado por um fato que mudou a história da literatura religiosa no país. Aconteceu em Julho de 1932 o lançamento da obra Parnaso de Além Tumulo, trata-se de uma antologia de poemas cuja autoria é atribuída a poetas desencarnados.
A obra marca o início do até então desconhecido médium Francisco Candido Xavier, hoje consagrado como coautor de centenas de obras psicografadas. A obra traz sessenta poemas assinados por poetas brasileiros, portugueses e um anônimo. Edições posteriores até a 6ª, foram acrescidas de novos autores e novos poemas, totalizando cinquenta e seis autores om duzentos e cinquenta e nove poemas. Se aquilo era uma novidade para muita gente no Brasil o mesmo não podia ser classificado como novidade, um médium português, Fernando de Lacerda já havia publicado a obra Do País da Luz, também psicografada.
Aqui como em Portugal, a obra causou muita polemica. Membros da Academia Brasileira de Letras, críticos literários, médicos, muita gente deu sua opinião sobre a obra. As opiniões variavam do absoluto ceticismo à defesa da existência da comunicação entre os mundos material e espiritual. Listamos algumas opiniões tanto pró como contra à publicação.
O jornalista Manuel Quintão, prefaciando o livro, analisou: "Romantismo, Condoreirismo, Parnasianismo, Simbolismo, aí se ostentam em louçanias de sons e de cores, para afirmar não mais subjetiva, mas objetivamente, a sobrevivência de seus intérpretes. É ler Casimiro e reviver 'Primaveras'; é recitar Castro Alves e sentir 'Espumas Flutuantes'; é declamar Junqueiro e lembrar a 'Morte de D. João'; é frasear Augusto dos Anjos e evocar 'Eu'."