quarta-feira, 29 de maio de 2019

Simpatias e antipatias segundo o espiritismo

“Meu santo não bateu com o de fulano” ou ” Parece que eu te conhecia antes mesmo de falar com você” são frases comuns no convívio social da humanidade. Aquela atração por alguém, mesmo que por simpatia pelos pensamentos da pessoa e pelo jeito, aquela antipatia sem nunca nem ter conversado com a pessoa. Estes são alguns exemplos que vamos estudar hoje no artigo sobre simpatias e antipatias segundo o espiritismo.

Segundo o dicionário do Google, Simpatia é: substantivo feminino; afinidade moral, similitude no sentir e no pensar que aproxima duas ou mais pessoas; relação entre pessoas que, tendo afinidades, se sentem espontaneamente atraídas entre si.

Já a Antipatia é o oposto: substantivo feminino; aversão espontânea, irracional, gratuita por (alguém ou algo); malquerença, repulsão.

Portanto analisaremos dois sentimentos opostos que ocorrem de forma mais ou menos comum no cotidiano das pessoas. Como o espiritismo explica esse sentimento tão natural que muitas vezes parece pré-moldado?

A Simpatia

Analisando em “O livro dos Espíritos” a pergunta 291 revela:

291. Além da simpatia geral, oriunda da semelhança que entre eles exista, votam-se os Espíritos recíprocas afeições particulares?

“Do mesmo modo que os homens, sendo, porém, que mais forte é o laço que prende os Espíritos uns aos outros, quando carentes de corpo material, porque então esse laço não se acha exposto às vicissitudes das paixões.”

Portanto o laço espiritual que une os espíritos é tão forte que as vezes, de uma encarnação para a outra ele se mantém tão vívido que ao se encontrarem pela primeira vez na encarnação atual acabam por se reconhecer, num sentimento mútuo de afeto inexplicável do ponto de vista material. Esta sensação é uma manifestação do sentimento que atravessa as várias vidas.

300. Se dois Espíritos perfeitamente simpáticos se reunirem, estarão unidos para todo o sempre, ou poderão separar-se e unir-se a outros Espíritos?

“Todos os Espíritos estão reciprocamente unidos. Falo dos que atingiram a perfeição. Nas esferas inferiores, desde que um Espírito se eleva, já não simpatiza, como dantes, com os que lhe ficaram abaixo.”

Este sentimento inclusive perdura para sempre depois de realmente estabelecido através do verdadeiro amor. Sendo todas as boas virtudes adquiridas e nunca perdidas, o espírito que conquista realmente um amigo espiritual o terá por toda a eternidade, visto que no mundo espiritual não existem paixões que cegam o impeto do espírito que está no caminho reto do bem, como a pergunta 297 evidencia:

297. Continua a existir sempre, no mundo dos Espíritos, a afeição mútua que dois
seres se consagraram na Terra?

“Sem dúvida, desde que originada de verdadeira simpatia. Se, porém, nasceu principalmente de causas de ordem física, desaparece com a causa. As afeições entre os Espíritos são mais sólidas e duráveis do que na Terra, porque não se acham subordinadas aos caprichos dos interesses materiais e do amor-próprio.”

Ainda sobre a simpatia espiritual, podemos exemplificar muitas situações, porém para que não alonguemos demais o estudo vamos passar por algumas de forma mais direta.

Os espíritos simpáticos podem ser de dois tipos geralmente: Novas simpatias e antigas simpatias.

Por enquanto falamos dos espíritos de antigas simpatias, consolidadas ao longo de séculos de convivência. Porém toda simpatia precisa se originar num ponto, onde esta será uma nova simpatia.

A nova simpatia é quando dois espíritos desconhecidos se ligam através dos pensamentos e das vibrações. Seus fluidos mentais entram em “simbiose espiritual” devido a seu magnetismo. Assim, espíritos com pensamentos semelhantes se atraem através da Lei de atração prevista na natureza, conforme a pergunta 303.

303. Podem tornar-se de futuro simpáticos, Espíritos que presentemente não o são?

“Todos o serão. Um Espírito, que hoje está numa esfera inferior, ascenderá,  aperfeiçoando-se, à em que se acha tal outro Espírito. E ainda mais depressa se dará o encontro dos dois, se o mais elevado, por suportar mal as provas a que esteja submetido, permanecer estacionário.”

Os espíritos também se atraem conforme seu grau de elevação. Desta forma, os espíritos buscam sempre estar com “seus iguais” a fim de encontrar num grupo de convivência, ambiente ideal para aflorar seus pensamentos, ideias e com isso progredir com maior velocidade. Tal fato é visto pelas reuniões de pessoas na terra de mesmo nível intelectual ou moral, sentimental ou até mesmo de semelhanças de pensamentos e ideologias.

301. Dois Espíritos simpáticos são complemento um do outro, ou a simpatia entre
eles existente é resultado de identidade perfeita?

“A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade.”

302. A identidade necessária à existência da simpatia perfeita apenas consiste na analogia dos pensamentos e sentimentos, ou também na uniformidade dos conhecimentos adquiridos?

“Na igualdade dos graus de elevação.”

A Antipatia

Assim como existem as simpatias também o inverso acontece. As antipatias são sentimentos criados ou já adquiridos devido a diferenças de vibração, pensamentos, sentimentos ou até mesmo de atos antigos que ainda repercutem na encarnação atual dos dois espíritos. Vide pergunta 294 de “O livro dos espíritos” a seguir:

294. A lembrança dos atos maus que dois homens praticaram um contra o outro
constitui obstáculo a que entre eles reine simpatia?

“Essa lembrança os induz a se afastarem um do outro.”

A antipatia no cotidiano das pessoas é como a simpatia só que de sentimentos inversos. Uma inexplicável aversão do ponto de vista material. Já espiritualmente existem inúmeras possibilidades seja por motivos de pensamentos antagônicos, vibrações muito opostas e até mesmo situações de vidas passadas não resolvidas.

Normalmente alguma das partes cometeu um delito diante da outra o que levou a um sentimento de raiva e de revanchismo no espírito. Muitas vezes este sentimento é renovado a cada encarnação pois os espíritos buscam sempre estar se vingando da ultima situação ocorrida.

Tal ciclo só chega ao fim depois que , com a ajuda da providência divina, uma das partes ou ambas as partes se perdoam e buscam reparar seus erros diante da lei divina conforme visto na pergunta retirada do livro dos espíritos grifada a seguir:

293. Conservarão ressentimento um do outro, no mundo dos Espíritos, dois seres que foram inimigos na Terra?

“Não; compreenderão que era estúpido o ódio que se votavam mutuamente e pueril o motivo que o inspirava. Apenas os Espíritos imperfeitos conservam uma espécie de animosidade, enquanto se não purificam. Se foi unicamente um interesse material o que os inimizou, nisso não pensarão mais, por pouco desmaterializados que estejam. Não havendo entre eles antipatia e tendo deixado de existir a causa de suas desavenças, aproximam-se uns dos outros com prazer.”

Sucede como entre dois colegiais que, chegando à idade da ponderação, reconhecem a puerilidade de suas dissensões infantis e deixam de se malquerer.

Ao se deparar com uma situação de inimizade inexplicável, o melhor a se fazer é orar pela pessoa e para que qualquer diferenças existentes entre você e ela fique no passado e que vocês possam na encarnação atual trabalhar para reparar seus erros com a lei de Deus.

Por isso meus amigos a importância da prece e do perdão em nossas vidas. Com a prece e o perdão podemos evitar séculos de suplícios e adiantar em igual proporção a nossa caminhada evolutiva em direção a Deus e a Jesus. Que possamos então busca-los através da renovação de atitudes, agora e sempre, Muita paz a todos!

Por Felipe Gama publicado no site Espiritismo da Alma em 25 de janeiro de 2019.