“Com uma linguagem e estética cinematográficas impecáveis, a produção cativa o telespectador já nas primeiras cenas, sabendo manter o interesse na narrativa linear até o final”
Depois de assistir a “Kardec” posso dizer que o longa-metragem retrata claramente o amadurecimento dos filmes com temática espírita e do diretor, Wagner de Assis (Nosso Lar, A Menina Índigo).
Com uma linguagem e estética cinematográficas impecáveis, a produção cativa o telespectador já nas primeiras cenas, sabendo manter o interesse na narrativa linear até o final.
A fotografia chama a atenção com as suas nuances obscuras para retratar uma França ainda à luz de velas e antes da Terceira Revelação: A Doutrina Espírita. A direção de arte, o figurino e a trilha sonora também merecem aplausos.
As interpretações de Leonardo Medeiros (Allan Kardec) e de Sandra Corveloni (Amélie Gabrielle Boudet) brilham na grande tela, com o talento e a cumplicidade dos atores transparecendo, dando vida a um dos casais mais fofos do cinema brasileiro que já vi.
O restante do elenco também cumpre o seu papel com dignidade, com destaque para Genézio de Barros (Padre Boutin) em suas cenas ao lado de Leonardo Medeiros.
Mesmo em tempo de “Vingadores: Ultimato” bombando em diversas salas de cinema pelo país, “Kardec” mostra potencial para fazer uma bela trajetória nas grandes telas. Basta o público dar uma chance ao cinema nacional e conferir o longa-metragem logo no primeiro final de semana de exibição. A surpresa será muito agradável!
Sinopse
Biografia do educador francês Hypolite Leon Denizard Rivail, reconhecido mundialmente com o pseudônimo de Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita. A produção conta a trajetória de Kardec desde quando trabalhava como educador até quando começou o processo de codificação do Espiritismo, com a publicação do “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”.
Kardec estreia no dia 16 de maio, quinta-feira, em circuito nacional.
Artigo publicado no site Cabine Cultural, por Úrsula Neves, em 08/05/2019