É primordial que as mocidades espíritas tratem desse assunto, para que os jovens se sintam acolhidos e vejam que ali é um lugar em que eles podem confiar e buscar ajuda quando precisarem
É comum conhecermos pessoas, amigos ou familiares, que já relataram ter um quadro de depressão, visto que os índices vêm aumentando nos últimos tempos. Algumas pesquisas apontam que 300 milhões de pessoas sofram dessa doença no mundo, e só no Brasil 5,8% da população têm depressão — algo em torno de 11,5 milhões de pessoas.
Quando analisados esses dados causam-nos até um choque, mas são reais e precisamos ficar atentos quanto a essa realidade. Alguns estudos vão além: dizem que 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente, sendo que esse tipo de morte é a quarta que mais mata entre jovens de 19 a 29 anos, sendo, na maior parte dos casos, vinculada a sintomas depressivos.
Este cenário pede para nós, jovens e casas espíritas, uma atenção especial. Lá no livro Obras Póstumas veremos um pequeno parágrafo no item intitulado “Regeneração da Humanidade”, que fará referência a essa situação. Vou colocá-lo na íntegra.
“E, como se não se operasse com bastante rapidez a destruição, os suicídios se multiplicarão em proporções inauditas, até entre as crianças. A loucura jamais terá atingido tão grande quantidade de homens que, antes mesmo de morrerem, estarão riscados do número dos vivos. São esses os verdadeiros sinais dos tempos e tudo isso se cumprirá pelo encadeamento das circunstâncias, como já o dissemos, sem que haja a mais ligeira derrogação das leis da Natureza.”
Vemos aqui um alerta para Humanidade no que diz respeito ao período de transição por que estamos passando. Nele enfrentaremos problemas sociais e de saúde enormes. E por meio das pesquisas citadas podemos verificar que esse momento de regeneração chegou.
Mas, e aí? Qual a nossa postura? O que devemos fazer?
Acredito que devemos primeiramente conhecer e estudar sobre depressão nos adultos e nos jovens, porque apesar de apresentarem sintomas muito próximos, existem algumas peculiaridades de cada idade. Além disso, é fundamental saber quais terapêuticas existem para auxiliar nesse transtorno, a fim de que possamos indicá-las às pessoas que chegam na casa espírita com algum sintoma.
Isso tudo serve para que possamos melhor acolher aqueles corações que vão até os centros espíritas, porque, infelizmente, muitas pessoas não entendem que a depressão é uma doença real e que exige tratamento, e acabam por negligenciá-la.
O nosso preparo, com as alternativas que a medicina nos oferece de tratamento, aliado ao conhecimento e o tratamento espírita, podem evitar que esses suicídios venham a ocorrer. Por isso, é importante que esclareçamos as pessoas quanto a alguns pontos principais da Doutrina Espírita, como o conhecimento e entendimento de Deus, a nossa realidade espiritual e a Lei de Reencarnação, além de indicar passes, estudos e palestras, para que se construa uma conexão com os Espíritos amigos.
E no que diz respeito à juventude, é primordial que as mocidades espíritas tratem desse assunto, para que os jovens se sintam acolhidos e vejam que ali é um lugar em que eles podem confiar e buscar ajuda quando precisarem. Porque é no movimento jovem que são construídas amizades que nos dão sustento para os momentos difíceis e que podemos levar para a vida toda.
Portanto, o Espiritismo e o movimento espírita têm um papel importante nesse período de transição, pois esclarecem as pessoas quanto à realidade da vida e de Deus, consolando os corações nas horas de aflição.
Fonte: site da Revista O Clarim, por Frederico Sales da Silva (fredericosaless@gmail.com) em 01/05/2019