sábado, 11 de abril de 2020

Páscoa

Você já deve ter percebido, pelas prateleiras abarrotadas de ovos e coelhos de chocolate, que se aproximam os dias da Páscoa. Os meios de comunicação, em geral, não lhe deixariam esquecer tal data.

Se, no entanto, alguém lhe perguntasse o que é a Páscoa, você saberia responder? Qual a relação com ovos, coelhos e chocolates?

Tem-se notícias de que os israelitas, bem antes de Moisés, celebravam a Páscoa, sempre na primeira lua cheia da primavera, quando ofereciam à Divindade os primogênitos do seu rebanho.

A palavra em aramaico pashã, em hebraico pesah (pessach), significa a passagem. Segundos uns, do sol pela constelação do carneiro ou da lua pelo seu ponto mais alto. Nas línguas saxônicas o nome indica uma associação com o mês de abril, quando se comemorava a morte do inverno e a recuperação da vida, a chegada da primavera.

O sentido de passagem é relacionado no livro bíblico Êxodo. Foi na época da Páscoa que se deu a libertação do povo hebreu.

Cerca de quinze séculos antes de Cristo, depois de ter vivido cerca de quatro séculos no Egito, duramente tratado pelos faraós, conseguiu o povo de Israel abandonar para sempre a terra da escravidão. Naquela noite, os hebreus se serviram da carne assada de um cordeiro, pães ázimos, isto é, sem sal e fermento e alfaces amargas.

Em memória daquela noite, todo ano, pelo catorze de Nisan (o mês de abril), os chefes de família celebravam a Páscoa comemorando agora a libertação do cativeiro egípcio.

Os Evangelhos nos dão notícias da última ceia de Jesus com os Apóstolos justamente à época da Páscoa. A paixão, morte e ressurreição de Jesus coincidiram com essa festa.

Para os cristãos, a data deve lembrar a ressurreição do Cristo. Após a Sua morte na cruz, Ele se mostra vivo para os Apóstolos, discípulos e amigos.

Em corpo espiritual, Ele penetra em recintos fechados, aparece e desaparece, fala em tom breve. Seus discípulos sentem que já não é um homem. É, no entanto, o amigo que retorna para orientar, esclarecer.

Jesus voltou, indicando que a morte não existe, provando todas as Suas palavras, dando testemunho da Imortalidade. Paulo de Tarso, o Apóstolo dos Gentios, afirmava que se o Cristo não ressuscitara, vã seria nossa fé.

O costume de oferecer ovos como presente, nessa época, remonta aos antigos egípcios. Entre nós, o costume foi trazido por missionários que visitaram a China.

Só que antigamente, eram ovos mesmo, de pata ou de galinha, coloridos e enfeitados, depois transformados em ovos de chocolates.

Para alguns historiadores, o coelho, por ser o animal que mais se reproduz, traduz antigos ritos da fertilidade.

Assim, a Páscoa para o cristão deve lhe trazer à memória o ensino vivo da Imortalidade, atestado pelo próprio Cristo.

Recordar Jesus, pois, Seus ditos e Seus feitos: eis a verdadeira comemoração da Páscoa.

Os ovos de chocolate foram introduzidos no Brasil entre os anos de 1913 e 1920, por imigrantes alemães.

Foi a partir do século XVIII que se passou a incorporar o ovo de chocolate na comemoração da Páscoa.

E no espiritismo... como é a reflexão da Páscoa?

“Para nós espíritas, profundamente cristãos, essa semana é a história da tragédia da humanidade, porque Jesus foi condenado injustamente.” (Divaldo Franco)


No que diz respeito à libertação conquistada pelo povo judeu, de acordo com a visão espírita, pode ser interpretada de um ponto de vista mais abrangente, em relação à renovação de ideias e atitudes, possibilitando o surgimento de um novo homem como conseqüência da reforma íntima.

Nós Espíritas, podemos dizer que, comemoramos a páscoa todos os dias. A busca desta “libertação” e/ou “renovação” é diário, e não somente no dia e mês pré determinado. (Páscoa é uma palavra hebraica que significa “libertação”.). Aproveitemos mais esta data, para revermos os pedidos do Cristo, para “renovarmos” nossas atitudes.

Redação do Momento Espírita. Em 22.08.2011., site da TV Mundo Maior e site Verdade e Luz.