segunda-feira, 4 de março de 2019

A arte (e ciência) da verdadeira felicidade

Todo mundo quer ser feliz, mas ajuda saber o que isso realmente significa

Você sabia que comer chocolate, morangos e até mesmo espinafre pode fazer você se sentir feliz? Da mesma forma, o simples ato de sorrir pode elevar seu humor.

Todo mundo quer ser feliz. Aristóteles diz que a felicidade é a única coisa que escolhemos para nosso próprio bem. Mas nós sabemos mesmo o que realmente é felicidade?

O que a ciência diz sobre felicidade

Existem circuitos no cérebro que processam nossas emoções (na amígdala, no hipocampo e no tronco cerebral). Pesquisas indicam que exercícios, dormir bem e boa nutrição podem afetar a liberação de endorfinas, estimulando a sensação de felicidade.

A ciência pode nos dizer o que está acontecendo em nossos corpos quando nos sentimos felizes e até mesmo quais alimentos e suplementos podem “elevar nosso humor”. Mas estar se sentindo bem ou feliz é o mesmo que ser feliz? E quanto ao sofrimento? Que tipo de vida produzirá felicidade duradoura? Você já pensou nisso claramente? E a pergunta final: existe um roteiro a seguir em nossa busca pela felicidade?

Nossa busca pela felicidade

Padre Robert Spitzer escreveu um livro inteiro sobre felicidade,  Finding True Happiness: Satisfying Our Restless Hearts. Além disso, seu recém-lançado site Credible Catholic contém um módulo sobre Felicidade. 

Em ambos os recursos, Padre Spitzer argumenta que a felicidade autêntica é muito mais rica e mais satisfatória do que o uso moderno do termo parece implicar. Ele também fornece um roteiro prático para uma vida mais feliz e aponta o caminho certo para a felicidade eterna.

Os 4 níveis de felicidade em poucas palavras

O roteiro do Padre Spitzer é baseado em seus Quatro Níveis de Felicidade. Seus quatro níveis são na verdade uma síntese dos ensinamentos sobre a felicidade de Platão, Aristóteles, Agostinho, Aquino e outros.

O primeiro nível de felicidade é o prazer e é baseado em causas externas, materiais, que nos chegam através dos nossos sentidos (comer uma refeição deliciosa, dirigir um bom carro etc.).

O segundo nível de felicidade é a felicidade comparativa do ego, e é mais complexo, pois brota da nossa autoconsciência – da nossa consciência – e pode envolver nossas faculdades superiores (como dominar uma habilidade), mas também pode criar um sentido de competição ou comparação (Quem é mais bonito? Mais talentoso? Mais esperto? Melhor em esportes?).

O terceiro nível de felicidade é a felicidade contributiva, tem sua origem na empatia e em nossa consciência, que nos ajudam a reconhecer a dignidade e o valor do “outro” e, muitas vezes, exigem o envolvimento total de nossos corações, mentes e engenhosidade de “fazer a diferença”.

O mais alto – o quarto nível – é a felicidade transcendente, flui do nosso desejo pelo sagrado, assim como nossos desejos de verdade incondicional, amor, justiça-bondade, beleza e ser.

4 perguntas a serem feitas para alavancar sua jornada para a felicidade

Uma vez que você aprende a reconhecer os quatro tipos de felicidade, você pode dar uma olhada em si mesmo e, após alguma reflexão silenciosa, responder às seguintes perguntas. Lembre-se de que não há respostas “certas” e pode levar algum tempo para obter a clareza necessária antes de prosseguir. Além disso, lembre-se, todos os quatro níveis são importantes: é uma questão de mantê-los em equilíbrio e na prioridade certa.

Que tipo de propósito estou procurando?

Você está focado no sucesso? Em ser admirado? Em uma lista de realizações? Você costuma perguntar: “Quem está se saindo melhor que eu? As minhas fraquezas são óbvias?”, ou você pergunta: “Como posso fazer uma diferença positiva na vida dos outros?”.

O que estou procurando nos outros?

Você procura as boas novas ou as más notícias nos outros? Para procurar as boas novas, concentre-se em qualquer característica positiva (pequenos atos de bondade, as coisas boas que eles estão tentando realizar etc.), não importa quão pequenos sejam. Isso pode ajudá-lo a crescer em empatia e apreço pelos outros.

O que estou procurando em mim mesmo?

A maneira como julgamos os outros é frequentemente a maneira como nos julgamos. Você valoriza amizade, empatia, honestidade, humildade e compaixão? Procure as boas novas em si mesmo, depois reforce a pessoa que deseja ser usando a visualização: imagine-se sendo virtuoso, generoso, determinado e assim por diante. Você pode adotar um dos santos – ou o próprio Jesus – como seu modelo.

Que tipo de liberdade estou procurando?

Nossa visão da liberdade molda as escolhas que fazemos, por isso é importante entender a diferença entre “liberdade de” (liberdade de restrições) e “liberdade para” (liberdade para perseguir o potencial de cada um). “Liberdade para” abre o espaço para sacrificar os níveis mais baixos de felicidade por algo maior.

Deixe a jornada começar

Com nova sabedoria e discernimento, você pode ser motivado por um novo senso de identidade, propósito e espírito. Você pode fazer a diferença na vida de sua família, comunidades, local de trabalho e no mundo.

Através de nossa fé cristã, conhecemos e reconhecemos o caminho para o tipo de felicidade que é a mais duradoura, satisfatória e profunda “vida eterna” – o único tipo que pode satisfazer nossos corações inquietos.

“As pessoas são feitas para a felicidade. Então, com razão, você tem sede de felicidade. Cristo tem a resposta para esse seu desejo. Mas ele pede para você confiar nele”. – São João Paulo II
Por Maggie Ciskanik, publicado no site Aleteia