Para Victor Hugo, a tolerância é a melhor das religiões.
“Nunca quis mudar a religião de alguém porque, positivamente, não acredito
que a religião A seja melhor que a religião B. Nas origens de toda religião
cristã está o pensamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem segue o
Evangelho...”– afirmava Francisco Cândido Xavier, no balanço do apagar de seus
dias na Terra.
A fantástica internet nos traz a opinião de Frei Betto sobre Chico. Frei
Betto é frade dominicano, teólogo e escritor muitas vezes premiado, militante
nos movimentos pastorais e sociais da Igreja Católica, referência da Teologia
da Libertação, 56 livros publicados e traduzidos em diversos idiomas, quatro
anos preso e torturado pela ditadura militar, no primeiro governo Lula
coordenador da Mobilização Social do Programa Fome Zero. Chega-nos dele, via
web: “As escrituras registram que Jesus passou a vida fazendo o bem. O mesmo se
aplica a Francisco Cândido Xavier, o mais famoso kardecista brasileiro e um dos
autores mais lidos do País. Conheci-o nos anos 50, em Minas. Nos meios
católicos, contavam-se horrores a seu respeito. Espíritas e protestantes eram
“queimados” na fogueira de nossos preconceitos até que o papa João XXIII, nos
anos 60, abriu as portas da Igreja Católica ao ecumenismo. Chico Xavier é
cristão na fé e na prática. Famoso, fugiu à ribalta. Poderoso, nunca enriqueceu.
Objeto de peregrinações a Uberaba, jamais posou de guru. Quem dera que nós,
católicos, em vez de nos inquietar com os mortos que escrevem pela mão de Chico,
seguíssemos, com os vivos, seu exemplo de bondade e amor”.