segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Parar para ouvir...

Como anda sua habilidade para ouvir os outros?
Você tem paciência de parar para escutar alguém?
Eis algumas reflexões importantes sobre o tema:

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Millie Esposito ouvia, com atenção, quando um de seus filhos tinha alguma coisa a lhe dizer. Certa noite, estava sentada na cozinha com o filho, Robert, e, após uma rápida discussão sobre uma idéia que ele alimentava, ele disse:

-Mãe, sei que a senhora gosta muito de mim.

A Sra. Esposito comoveu-se e comentou:

-Naturalmente gosto de você. Duvidava disso?
-Robert respondeu: Não, mas sei realmente que a senhora gosta de mim quando quero conversar sobre alguma coisa, e a senhora pára de fazer o que está fazendo, só para me ouvir.


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Quantos de nós paramos para ouvir nossos filhos? Quantos de nós paramos para ouvir o outro, assumindo essa postura respeitosa de atenção ao semelhante? E quem não gosta de ser ouvido? E ser ouvido com atenção.

Dialogar com alguém que nos ouve atentamente, que espera que concluamos uma idéia para, só então expor a sua, é um grande prazer. Uma pessoa que só fala de si mesma, que só pensa em si mesma, é irremediavelmente deseducada. Aquela que sabe ouvir, por outro lado, faz-se simpática, querida, e inspira confiança plena nos outros.

Um homem que conheceu o célebre Sigmund Freud, descreveu sua maneira de ouvir da seguinte forma:

-Fiquei tão fortemente impressionado, que não o esquecerei. Ele tinha qualidades que jamais encontrei em homem algum. Nunca, em toda minha vida, vi atenção tão concentrada. Seus olhos eram meigos e suaves. Sua voz era calma e macia. Fazia poucos gestos. Mas a atenção que dispensava a mim, seus comentários positivos sobre o que eu dizia, mesmo quando eu me expressava mal, eram extraordinários. Você não imagina o que significa ser ouvido daquela maneira.


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Quem sabe ouvir já ajuda, sem precisar falar coisa alguma, muitas vezes. Assim, se desejarmos ser bons conversadores, bons amigos e bons conselheiros, sejamos ouvintes atentos.

Para ser interessante, seja interessado. Faça perguntas às quais o outro sinta prazer em responder. E aproveite para aprender também. Doando atenção, doando seu ouvir atento, certamente você estará ganhando, além da gratidão do outro, experiência, conhecimento e discernimento.

A falta de tempo jamais poderá ser desculpa para o não ouvir. Basta que sejamos disciplinados, organizados, e descobriremos que teremos tempo para ouvir.
Ouvir é doar-se ao outro, por isso, alegar escassez de tempo para se dar, para praticar esta nuança de caridade, é se autocondenar à estagnação espiritual. Tal gesto de amor poderá ser praticado por qualquer um, independente de idade, poder aquisitivo ou grau de instrução. Todos podemos nos doar, ouvindo.

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Jesus, o grande exemplo para a Humanidade, era um excelente ouvinte. Prestemos atenção nas passagens evangélicas, analisando-as sob este prisma, e percebamos que Ele sempre se posicionou como bom ouvinte. Escutava com paciência e ternura todos os que Dele se aproximavam, pedindo auxílio e consolo.
Jamais interrompeu alguém, e sempre debruçou sobre eles olhar atencioso e amoroso de quem se interessa pela vida de seu semelhante.
*Redação do Momento Espírita com base em trecho do cap. 4, pt. 2,do livro "Como fazer amigos e influenciar pessoas', de Dale Carneggie, ed. Companhia Nacional. Postado em 01.08.2008.