O vídeo vem comovendo a todos que o assistem. Não há como ficar indiferente aos conselhos que a pequena Tiana dá à sua mãe. Com apenas seis anos, a menina de traços orientais, filha de pais separados, sentadinha nos degraus de uma escada acarpetada, começa questionando a mãe: “Mamãe, você está pronta para ser amiga dele? Tente não se colocar muito alto, para serem amigos. Quero que tudo fique no baixo”, fazendo os gestos com as mãozinhas. Com sua voz, ainda bem infantil, vai procurando as palavras.
“Quero que você e meu pai se entendam e sejam amigos, [...] que todos sejam amigos”. Ela, que no começo da gravação já havia dito “Isto é o que eu mais quero”, agora explicita aquilo que traduz o anseio de milhões de filhos de pais separados: que eles vivam em paz.
A base da sua argumentação, nascida do sentimento, é cristalina: “Se eu posso ser boa, eu acho que todos podem ser bons também”.
Embora tão novinha, a menina usa de uma lógica incompatível com sua idade.
Temerosa de que a sua fala possa ser interpretada erroneamente pela mãe, ela irá dizer, mais de uma vez, que não quer ser má; que está apenas tentando fazer o que o seu coração manda. “Nada mais do que isso”.
Tendo consciência de que, na sua posição de filha, dirigir-se assim à figura materna é uma inversão de papéis, se justifica. “Só quero que você, meu pai e todos sejam amigos. Quero que todos sorriam, ... não fiquem irritados”.
Demonstrando uma maturidade invulgar, afirma:
“ — Não estou dando bronca em vocês. Não estou fazendo graça. Estou tentando ser compreensiva, com os pés no chão. Não lá embaixo, mas na superfície, no meio, onde o meu coração fica. Meu coração é importante e o coração de todos são importantes também”. E volta, então, a falar daquilo que lhe vai na alma, fazendo-nos crer que tem pleno domínio do que está dizendo.
E na sequência, revelando a criança que ainda é, faz uma análise do que seria o mundo se todas as pessoas fossem más, usando a palavra “monstro” para designá-las.
“E se nós vivemos num mundo onde todos estão sendo maus, todos vão ser monstros no futuro [inclusive ela]. E se... E se ainda restasse alguém bom no mundo eles iriam comer ele e então, não restaria mais ninguém. Somente os monstros em nosso lugar”.
Finaliza de forma contundente: “Nós precisamos que as pessoas sejam pessoas. Todos. Incluindo eu... e minha mãe. Todos. Eu só quero que tudo se acerte. Nada mais do que isto. Eu só quero que tudo seja bom ao máximo, nada mais”.
Terminada a fala, abaixa as mãos e mantém-se séria. Sabe que fez algo de bom para a felicidade dos seus pais.
Para os espíritas que vêm acompanhando as mensagens sobre transição planetária é impossível assistir ao vídeo sem se perguntar se essa menina não seria um desses espíritos mais adiantados que estão reencarnando entre nós.
Allan Kardec, no capítulo XVIII, item 28, de A Gênese, os vê como sendo representantes de uma nova era: a do progresso moral. E registra que eles formarão uma geração bem diferente da que lhe antecedeu, mantendo ideias e pontos de vista opostos àquela. E que bastará uma simples análise da natureza das suas disposições morais – que trazem de forma intuitiva e inata – para os reconhecer.
“ ...a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior”.
Cada frase, cada apelo que Tiana faz à mãe nos faz supor ser ela uma legítima representante dessa nova geração. Crianças de seis anos, em geral, ainda trazem traços do egocentrismo que as dominou nos anos precedentes. Sua fala, porém, (em sendo verdadeira) revela um profundo sentimento de altruísmo, fruto de uma harmonia interior possivelmente conquistada em vidas anteriores. Alma generosa, deseja ardentemente o bem de todos.
A contraposição que faz das pessoas más – os “monstros” e das pessoas “pessoas”, é admirável, porque nos aponta a ideia de que a humanidade, a seus olhos – e aos olhos dos representantes dessa nova geração – deverá ser composta por indivíduos bons e não dos maus.
Em meio a tantas notícias de infortúnios de toda ordem, à violência que grassa em todos os quadrantes e à descrença no Poder Maior, a vinda desses espíritos comprometidos com o progresso do nosso orbe é uma consolação, trazendo-nos esperanças de um novo alvorecer.
E ainda que não recebamos em nossos lares filhos como Tiana, nada nos impede que cuidemos do progresso espiritual daqueles que nos foram encaminhados, a fim de que possam, em futuro próximo, vir a encorpar as fileiras dos espíritos que impulsionarão a evolução do nosso planeta.
Veja o vídeo na íntegra:
Texto escrito por Lúcia Moysés para o site do Correio Espírita