Não existe forma de ser feliz sem o burilamento interior.
Vivemos fazendo gracinhas para os outros, quando isso não está dentro de nós, só para ser agradáveis, ganhar aplausos e aceitação. A aceitação tem que ser interior: você com você mesmo. Que importa a opinião de outrem, se o que você vive e faz lhe traz prazer e entusiasmo? Por que valorizar o que vem de fora em detrimento do que sentimos na alma? O que nos faz dizer “sim” para os outros, quando um “não” seria muito mais justo?
Buscamos formas e compensações inadequadas como: fumar, beber demais, usar drogas, comer demais, sedentarizar a vida, guardar coisas velhas, fofocar sobre a vida alheia, enfiar-se em igrejas, templos, centros ou seitas, gastar demais, economizar demais, viciar-se em academias de ginásticas, computador ou jogos eletrônicos, praticar esportes em demasia; também alimentamos sentimentos negativos, como: inveja, ódio, ciúmes e angústia, entre outros.
Em decorrência de tudo isso, surgem as doenças psicossomáticas e autoimunes[1], tais como: artrite reumatoide, poligamia reumática, lúpus eritematoso, diabetes, doenças de Reynaud, esclerose múltipla, trombocitopenia idiopática, vitiligo, doenças coronárias, câncer, depressão, tensões do medo, fobias, ansiedades e outras tantas.
A proposta para aumentar a nossa autoestima é conhecermos a nós mesmos, pois, quando no desejo enorme de nos melhorarmos, vamos à busca até desenfreada de fazer o “bem”, não esperamos que o fato venha até nós, vamos buscá-lo de todas as formas. Isso indica um processo de “autoestima baixa”, pois, estamos dando aquilo que exatamente não temos: o amor.
E nesse processo, vamos descobrir que esse “bem” que fazemos é para suprir as nossas deficiências de valor por nós mesmos. Quando estamos prontos para praticar o bem, de uma forma natural, ele vem a nós, enviado por Deus, que nos manda seus clientes para que possamos exercitar o verdadeiro bem. Os grandes espíritos de escol de nossa humanidade como: Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Chico Xavier, Divaldo e tantos outros anônimos, não ficavam à cata desses clientes, como já disse, eles foram enviados por Deus.
Sabemos a necessidade de praticar o bem, mas não sabemos praticá-lo devidamente, pois estamos despreparados para tal empreendimento, pelo simples motivo de querer sempre algo em troca na primeira dificuldade que enfrentamos, demonstrando assim que mercantilizamos o bem, esquecendo de primeiro praticar esse bem a nós mesmo e, que o verdadeiro bem não exige recompensa.
Para que isso aconteça, é preciso que nos abastecemos de amor, pois, quando o poço está pronto, a água aparece. O maior necessitado desse bem somos nós mesmos.
É preciso que façamos constantemente uma reflexão sobre a pergunta 919 de O Livro dos Espíritos, que diz: “Qual o meio mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal?” O que está escrito no fontispícios do oráculo de Delfos, na Grécia antiga, a inscrição do ensino de Sócrates, que diz: Te advirto, seja quem for, oh! Tu que desejas sondar os arcanjos da natureza, se não achas dentro de ti, aquilo que buscas, tão pouco poderás encontrar fora. Se ignoras as excelências de tua própria casa, como encontrar outras excelências? Em ti está oculto o tesouro dos tesouros, oh! Homem, conhece-te a ti mesmo, e conhecerás o universo. Essa é a proposta para que possamos mergulhar dentro de nós e encontrar o: autoamor.
1. PAGE, Christine R. Anatomia da Cura. Ed. Groud.
Texto escrito por Gêmison Ribeiro (gemisonribeiro@hotmail.com) em 01/11/2016 para o jornal O Clarim Edição de Novembro postado no site do mesmo jornal.