quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Quando o cônjuge morre, o outro tem o direito de refazer sua vida sentimental?

Dia desses recebi e-mail de um jovem, que assim dizia:

Minha mãe morreu há 2 anos, meu pai, que ainda é jovem, está de paquera com uma moça... Mas e minha mãe? E o que eles viveram? Então ele não a amava?

Respondi-lhe: Meu caro amigo, não se aflija por isso, o lugar de sua mãe no coração de seu pai é cativo. A história que viveram é deles, somente deles... O coração é elástico, quanto mais se ama mais cabe amor. Não é o fato de ele querer refazer a vida sentimental que o fará se esquecer de sua mãe. Não se preocupe com isso. Ademais, ele tem todo o direito de buscar a felicidade e não nos cabe podar as iniciativas dos outros que querem encontrar seu lugar ao sol. Sejamos benevolentes e apoiemos as pessoas em busca de sua felicidade. Abençoe seu pai e seu novo relacionamento. Vou lhe confessar algo: Também passei por isso. Minha mãe se foi e meu pai arrumou outra companheira. Foi a melhor coisa que aconteceu. Pessoa de ótimo caráter trouxe outra família para brindar a vida com a nossa. Pense nisso e seja feliz...

O Espiritismo trata com muita propriedade dos temas que inquietam o coração das pessoas. Basta que o estudemos para constatar que ele pode, realmente, responder a várias indagações da alma.


Ele nos mostra que ninguém é de ninguém, que somos Espíritos em evolução e em busca da felicidade. Sabedores de que o Espírito não morre e continua sua jornada na vida além-túmulo, naturalmente não morre o amor que sentimos pelos outros e os outros por nós. Em assim sendo, é razoável refletir que quando algum ente querido deixa este plano é perfeitamente aceitável que não cultivemos o sofrimento contínuo e nos abramos para um amor que poderá surgir.

Caso surja, vamos vivê-lo. Por que não?

Até porque a ideia de metade eterna é fantasia e não estamos fadados a viver com alguém pela eternidade.

Já tivemos, pelas inúmeras andanças, inúmeros companheiros e companheiras de jornada e o fato de termos nos relacionado com outros não apaga a nossa história com quem quer que seja.

Sim, somos seres que têm uma história!

E, por isso, quem nos ama deverá nos respeitar; respeitar nossas escolhas e querer nos ver bem e feliz.

Ilustrativa é a história do Espírito de André Luiz que, no plano dos Espíritos, ao saber que sua ex-companheira consumara matrimônio, sente uma ponta de ciúmes, mas depois reflete e percebe que o amor é sentimento que não pode conhecer exclusividade.

Reconhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços que faz para domar suas más inclinações. Foi o que fez André Luiz: controlou-se.

A vida na Terra já não é “bolinho”. Se formos nos preocupar em podar a felicidade dos outros e querer anular a vida alheia porque a morte do corpo físico visitou nossa família, iremos complicar ainda mais a situação.

Vida mais leve, mais tranquila, certeza na imortalidade, menos cobrança e fé no futuro...

Isso o Espiritismo nos ensina, por isso é uma doutrina consoladora, e cabe-nos divulgá-la sempre...

Pensemos nisso.

*Texto extraído do site O Consolador em Crônicas e Artigos, Ano 7 - N° 349 - 9 de Fevereiro de 2014, por WELLINGTON BALBO.