Não podia
surgir encontro em tempo melhor. Necessitamos, todos, de olhares atentos para
nossas relações e, principal e especialmente, para relações familiares. Isso
porque a família é a base, o esteio, o sustento de uma sociedade
mais justa. E ultimamente passamos por mudanças nas constituições familiares.
Pensando nessa nova realidade, o Lar Espírita Aprendizes
do Evangelho (LEAE), promove neste próximo mês, em março, o 1º Encontro da
Família com o tema: “Família, um amor que não desiste”.
Sabendo que é, também, no ambiente familiar que conhecemos
nossos primeiros valores e recebemos as primeiras regras sociais e aprendemos a
perceber o mundo, a Casa tomou a iniciativa de promover o encontro. Para
isso convidou três palestrantes que ajudarão a explanar o tema: Kelly Araújo e
o casal Pedro e Cristina Piloni.
Os ministrantes falarão sobre o tema do 1º Encontro no dia
08 de março, segundo domingo do mês, na própria sede do LEAE, das 16hr às
18hrs. Para os interessados em se inscrever ou mais informações, podem procurar
a diretoria da Casa pelo e-mail aprendizesdoevangelho@gmail.com.
Sobre os palestrantes e o tema
Kelly
Cristina Silva de Araújo, espírita desde que nasceu, há 39 anos, frequenta a
Associação Espírita Francisco de Assis (ASSEFA), no Centro de Várzea Grande.
Já é
evangelizadora desde os 13 anos. Palestrante e monitora do Estudo Sistematizado
da Doutrina Espírita (ESDE) de sua casa desde os 20.
Com
perfil dinâmico e extrovertido, notado até pela disposição em nos conceder esta
entrevista, a jovem Kelly se diz grata pelo convite, sente-se honrada em
participar do encontro. “Vi o Aprendizes do Evangelho ser fundado, pra mim é
uma honra ser convidada para o evento, é o primeiro de muitos que virão, frisa
Kelly.
Cheia
de vontade a jovem palestrante diz ainda que achou fantástica a iniciativa. “Somos
uma grande família envolvidos por laços que se fortalecem cada vez mais!”,
ressalta.
Kelly
será responsável, principalmente pela dinâmica infantil. O objetivo é passar o
tema para as crianças de forma que entendam e absorvam a importância da
família. “Vou compartilhar com as crianças através de dinâmicas, falaremos
sobre o sentido espiritual das palavras LAR, UNIÃO, AFETO... e falar também
sobre o alimento espiritual pelo Evangelho no Lar. A ideia é fazer uma relação
do tema com a proposta de Jesus no Lar”, explica a ministrante.
Pedro
Roberto Piloni, e diz espírita desde a infância, “em torno de 4 anos - quando tive acesso às
“aulas de moral cristã”, lembra ele.
Pelas
primeiras palavras trocadas nesta entrevista, o palestrante já se apresentou
desenvolto, cheio de histórias, mesmo que alegando certa timidez inicial. “Minha
primeira palestra pública foi há 46. Com 18 anos eu tive que vencer a timidez,
o medo e a vontade de desistir até o último momento. Mas não desisti. Anos
antes, era encarregado de ministrar no centro o curso de “Iniciação Espírita” à
semelhança do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE) na atualidade. Nessa
época comecei a participar das reuniões mediúnicas de desobsessão, anotando em
livro ata o teor das comunicações. Participei de todos os encontros municipais
e regionais de “mocidade” no interior do Estado de São Paulo enquanto estive lá
na década de 60, na cidade de Nova Granada, região de São José do Rio Preto. Chegando
a Cuiabá em 1971, aos 21 anos, já pedagogo, minha primeira ocupação ao chegar
ao Centro Espírita de Cuiabá, como
era denominado à época, foi convidar jovens e apelar aos pais para que os
trouxessem para retomar o funcionamento da “Mocidade Espírita Irmã Sheilla” que
estava paralisada há algum tempo”, relata Pedro sobre sua iniciação espírita.
Pedro Piloni é frequentador e trabalhador desde 1971 do Centro Espírita Cuiabá (localizado no centro da Capital) “também conhecido como “Centro do calçadão” pois tem frente para a Rua Galdino Pimentel”, lembra o detalhista palestrante. Ressalta também que essa jornada teve alguns ‘intervalos de afastamento’, como ele mesmo coloca, por conta de trabalhos fora de Cuiabá e para estudos de formação profissional. Mas nada definitivo, sorte da comunidade espírita.
Pedro
destaca a importância do 1º Encontro da Casa, ressaltando a relevância do tema principalmente
em relação á realidade. “É uma iniciativa oportuna. Há muito assombro e
desconfianças quanto à realidade da instituição família na atualidade. O
conceito tradicional de um grupo constituído de pai, mãe e filhos não é
exclusivo. Passamos a conviver com a realidade de famílias com as mais diversas
composições, além da tradicional: só a mãe com filhos, ou só o pai com filhos,
avós ou tios com seus netos ou sobrinhos, casais homoafetivos, famílias mosaicos com pais divorciados e
filhos de casamentos anteriores, transgeracionais, incluindo diferentes
gerações como avós, filhos e netos e
outras tantas configurações. E tudo é família. É preciso um entendimento novo
capaz de compreender a realidade de todos estes formatos de família: pessoas
com laços afetivos, comprometidas em se cuidarem, desenvolvendo a amorosidade
através da convivência”, explica Piloni.
Para o
experiente ministrante temos que fazer valer nosso espaço de encontro entre
pessoas que se amam e se cuidam como nosso laboratório para o desenvolvimento
amoroso. “Um dia teremos a humanidade como nossa família, estendendo a todos
nossa capacidade de bem querer, cuidar, proteger. Para chegar a esse grau
evolutivo, precisamos da família, espaço de relações no qual aprendemos a amar.”
Pedro terá duas
horas durante o encontro para ministrar suas ideias sobre o tema, segundo ele, será
uma abordagem rápida na qual espera oportunizar que cada participante se
perceba na dinâmica da vida familiar, encontrando referências para bem
aproveitar este espaço educativo e de evolução espiritual.
Maria Cristina de Carvalho Sousa Lima Piloni, conhecida apenas
como Cristina Piloni, nasceu em um lar espírita, mas se considero
espírita somente a partir dos 16 anos quando, após ler alguns livros,
conscientemente optou pelo Espiritismo. “Então, como estou com 66 anos, sou
espírita há 50”, explica ela.
Também frequentadora e trabalhadora
do Centro Espírita Cuiabá, Cristina Há 42 anos já ministra e palestra. Inicialmente
no Rio de Janeiro onde morou até 1987 e, depois disso, continuou seus trabalhos
aqui em Cuiabá, inclusive como autora de obra espírita.
Tranquila, Cristina diz que o convite
foi importante não só para poder explanar o tema em si, pela relevância do
assunto, mas também “pela oportunidade de passar uma tarde ao lado de pessoas
que compartilham comigo o mesmo ideal de vida, estudando um tema interessante,
sinto-me feliz,” diz carinhosamente a companheira. Além disso, “ela relevância
do assunto, sinto-me consciente da responsabilidade de ser um dos facilitadores
do estudo. Pelo fato de este encontro ser o primeiro do gênero que a Casa
promove, sinto-me muito honrada pelo convite”
Para a palestrante o tema família tem
preocupado educadores, psicólogos, legisladores, sociólogos e as pessoas de um
modo geral e muita coisa interessante tem sido escrita e dita sobre o
assunto. “Contudo, ainda que embasados
em estudos minuciosos e pesquisas muito sérias, falta a esses estudiosos (pelo
menos à maioria deles) o conhecimento da reencarnação, da lei de causa e efeito
e da influência dos espíritos em nossas vidas, fatores que ampliam e aprofundam
a visão dos problemas referentes à constituição e à convivência familiares.
Neste sentido, ouso dizer que nós espíritas temos muito a contribuir para enriquecer
a discussão do tema família”, bem diz Cristina que já nos deixa ansiosos por
suas palavras no evento.
Certeira nas palavras, muito explícito pela feliz
entrevista concedida, Cristina humildemente fala sobre sua participação no 1º
Encontro da Família do LEAE: “Como ainda somos aprendizes nesta matéria, a nossa
participação não será a de professores que já dominam o assunto na teoria e na
prática. A nossa intenção é apresentar questionamentos e ideias de autores
respeitáveis para que, juntos, possamos refletir sobre o tema e tentarmos chegar
a algumas conclusões”.
Chegando ao fim de nossa conversa,
Cristina ainda deu exemplo de modéstia. Perguntada sobre como melhorar nossa
realidade familiar, a experiente palestrante nos diz: “Parece-me
que só há um caminho para melhorar não só a realidade familiar em nossa
sociedade, como também toda a vida na Terra, qual seja seguir o roteiro traçado
por Jesus e que está contido no seu Evangelho e resumido no amar ao próximo
como a si mesmo e a não fazer aos outros o que não queremos que os outros nos
façam. Em tal contexto, o nosso papel enquanto espíritas é divulgar e, sobretudo,
vivenciar este roteiro”.
Equipe de Comunicação do LEAE