Sempre que lemos num livro de Carlos A. Baccelli – e eles são dezenas – frases atribuídas a Francisco Cândido Xavier, imaginamos como o escritor as colheu. Ele mesmo conta que, durante três décadas, amigo do saudoso médium de Uberaba, frequentou sua casa e o acompanhou em muitas atividades, sempre com papel e lápis na mão, anotando o que dizia.
Que tenhamos notícia, durante todo esse tempo, Chico jamais contestou a autenticidade de suas citações. Isto aconteceu, por exemplo, com o livro O Evangelho de Chico Xavier, publicado pela Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier em 2000, dois anos portanto antes da partida deste mundo daquele que foi, no século passado, a maior e mais sensível antena psíquica deste planeta.
Lá encontramos ensinamentos nada apreciados pelos pedidores de graças divinas sem a intenção de aprimoramento moral:
– Os espíritos amigos sempre se mostram dispostos a nos auxiliar, mas é preciso que, pelo menos, lhes ofereçamos uma base. Muitos ficam na expectativa do socorro do Alto, mas não querem nada com o esforço de renovação. Querem que os espíritos se intrometam na sua vida e resolvam os seus problemas.
Ora, nem Jesus Cristo, quando venho à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém. Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos. Muita gente nos procura e pede orientação, a orientação vem, frustrando quem espera uma solução acabada para o seu caso. Os espíritos amigos nos acompanham o entendimento, o olvido das ofensas recebidas. Se não as queremos esquecer, o que é que eles poderão fazer?!