Uma
sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa feita, um sultão sonhou
que havia perdido todos os dentes.
Logo
que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu
sonho.
- "Que
desgraça, senhor! Exclamou o adivinho. Cada
dente caído representa a perda de um parente de Vossa Majestade".
- "Mas
que insolente! - gritou o sultão, enfurecido. Como te atreves adizer-me
semelhante coisa? Fora daqui!" - Chamou
os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites.
Mandou
que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este,
após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:
- "Excelso
senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa
que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes."
A
fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas
de ouro ao segundo adivinho. E
quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:
- "Não
é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega
havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites
e a você com cem moedas de ouro."
- "Lembre-se,
meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira
de dizer."
*
* *
Da
comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz
ou a guerra.
Que
a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas
a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos,
grandes problemas.
A
verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto
de alguém pode ferir, provocando dor e revolta.
Mas
se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente
será aceita com facilidade.
A
embalagem, nesse caso, é a indulgência, o carinho, a compreensão e, acima
de tudo, a vontade sincera de ajudar a pessoa a quem nos dirigimos.
Ademais,
será sábio de nossa parte se antes de dizer aos outros o que julgamos
ser uma verdade, dizê-la a nós mesmos diante do espelho.
E,
conforme seja a nossa reação, podemos seguir em frente ou deixar de lado
o nosso intento.
Importante
mesmo é ter sempre em mente que o que fará diferença é a maneira
de dizer as coisas...
*
* *
A
sublime arte da comunicação foi sabiamente ensinada por Jesus. Ele
falava com sabedoria tanto aos Doutores da Lei quanto às pessoas simples
e iletradas.
Há
pessoas que se dizem bons comunicadores mas que não conseguem fazer com
que suas palavras cheguem aos corações e às mentes.
Jesus,
o comunicador por excelência, falava e Suas palavras calavam fundo
nas almas, porque aliava às palavras os Seus atos, ou seja, falava
e exemplificava com a própria vivência.
O
grande segredo para uma boa comunicação, portanto, é o exemplo de quem
fala.
Redação
do Momento Espírita com base em históriapublicado
no jornal Candeia Espírita de julho/1998.Disponível
no CD Momento Espírita, v. 4, ed. Fep.
Em 01.10.2009.
Em 01.10.2009.