O mundo dos negócios é cruel, árduo e apresenta uma alta competitividade.
Como em uma selva, impera a lei do mais forte, do mais preparado e do que
consegue enxergar oportunidades em situações que outros não veem.
Toda imagem
é uma forma de comunicação, uma reprodução da mente sobre o significado de um
objeto, circunstância, gesto ou anúncio publicitário. Baseado neste
entendimento, os dias atuais exigem que uma empresa invista fortemente em
construir uma boa imagem organizacional. Mais do que vender produtos e fazer
publicidade, é importante criar um conceito positivo que se associe à marca,
gerando em clientes e consumidores uma sensação boa ao se lembrar de determinado
produto ou associação.
O objetivo não é escrever um artigo sobre marketing,
mas é possível tirar bons exemplos desta prática mercadológica. A Coca-Cola,
multinacional que sempre investiu em propaganda associando seu produto à
felicidade e ao bem-estar, lançou uma nova campanha mundial em janeiro deste ano
intitulada Let’s go crazy, ou “vamos enlouquecer”, traduzindo para a língua
portuguesa. A campanha, filmada em Londres (Inglaterra), Buenos Aires
(Argentina) e Cidade do Cabo (África do Sul), convida-nos a praticar atitudes
“loucas” que gerem felicidade a outras pessoas.
Segundo a empresa, o mundo
está tão esquisito que quando as pessoas praticam o bem são consideradas loucas.
Para estimular essa ideia de levar atos de bondade para o mundo, a campanha traz
histórias reais em minidocumentários apresentando as “loucuras” de seus
personagens: Mr. Lucky (Sr. Sortudo), o homem que doa mil libras por dia para um
desconhecido; A Jardineira Secreta, uma mulher que planta árvores pela cidade; e
Jeff Waldman, o homem que instala balanços pela cidade, são alguns dos exemplos
de pessoas que fazem desconhecidos felizes através de pequenas
atitudes.
Outras histórias, apresentadas por frases em primeira pessoa, como
“Eu quero parar a guerra por um dia”, “Eu salvei um estranho da casa que estava
pegando fogo” e “Eu pago o pedágio das outras pessoas” mostram pequenos atos do
cotidiano que podem ser praticados e imitados para que o mundo se torne mais
feliz. Ao final do vídeo que apresenta todas as histórias resumidas, a Coca-Cola
lança a pergunta: “Você é louco o suficiente?”.
(Pena não ter versão legendada)
Talvez seja este o espírito
que precisamos assumir para realmente fazer a diferença no mundo. Bondade e
gentileza não são virtudes que possamos exigir dos governos, cobrar das
autoridades, para que a população seja beneficiada. Não! Tais atitudes precisam
ser incorporadas pela humanidade em caráter coletivo. Outra campanha mais antiga
da Coca-Cola trazia alguns dados estatísticos muito interessantes: Para cada
pessoa dizendo que tudo vai piorar, existem cem casais planejando ter
filhos. Para cada corrupto existem oito mil doadores de sangue. Enquanto
alguns destroem o meio ambiente, 98% das latinhas de alumínio já são recicladas
no Brasil. Para cada tanque fabricado no mundo, são feitos cento e trinta e
um mil bichos de pelúcia. Na Internet, a palavra amor tem mais resultados do
que a palavra medo. Para cada muro que existe no mundo, se colocam duzentos
mil tapetes escritos "bem-vindo". Enquanto um cientista desenha uma nova
arma, há um milhão de mães fazendo pastéis de chocolate.
Existem razões para
acreditar. Os bons são maioria. Sim! Os bons são maioria, disso não há
dúvida, mas a conhecida resposta da questão 932 de O Livro dos Espíritos já
sentencia o porquê da predominância do mal no planeta Terra: “É pela fraqueza
dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando
estes últimos quiserem, dominarão.” Não vem ao caso os interesses comerciais
de tais campanhas, mas devemos extrair dessas iniciativas as mensagens positivas
que são apresentadas. A bondade do mundo depende exclusivamente da nossa
iniciativa e da nossa vontade de mudar a realidade. Podemos começar com pequenas
gentilezas em nossos lares, depois expandir para a escola, para o ambiente de
trabalho, para o centro espírita que frequentamos. Tudo depende de
nós.
Sigamos o que sugere a campanha da Coca-Cola: “Se ser gentil com
estranhos parece loucura, então me chame de louco.”
* Texto extraído da versão on line da revista O Clarim, escrito por Cássio Leonardo Carrara