sexta-feira, 15 de abril de 2011

Educação autêntica

A mãe foi com a filha à oficina mecânica levar o carro para conserto. Enquanto acertava detalhes com o mecânico, sua filha de 6 anos, pulou para o banco da frente e começou a brincar de dirigir.

Manobrou o volante para a direita e para a esquerda, simulando curvas. Fingiu que buzinava e desviava obstáculos. Até que resolveu abrir o vidro, colocar sua cabecinha para fora e começou a xingar.

O mecânico a olhou e, frente o olhar perplexo da mãe da garota, disse: “que é isso, lindinha? Não é assim que se dirige...”

A menina, muito depressa, respondeu: “mas minha mãe dirige assim...”  
Exemplo o grande obstáculo para a verdadeira educação. Enquanto se diz uma coisa e se faz exatamente a contrária, a educação dos nossos filhos não alcançará o êxito que almejamos.

Não falamos da educação convencional, acadêmica, mas a moral, aquela que trabalha a inteligência e a emoção, os hábitos e as aspirações, o ser integral, que é eterno.

A educação formal, memorizada, que recolhe informações intelectuais, contribui para o aprimoramento cultural. Essa desenvolve os valores externos e aquisitivos para o consumo imediato.

A educação moral, contudo, faculta o enriquecimento espiritual. É a que direciona os desafios éticos e comportamentais que trabalham nas estruturas íntimas da criatura.

Trata-se de poderoso antídoto à violência e à vulgaridade. Promove o indivíduo a níveis elevados de conduta, através dos quais preserva e desdobra os tesouros da sabedoria e da vivência dignificada.

Trata-se de transmitir diretrizes universalistas sobre o dever, a solidariedade, o amor, a compreensão, os direitos da cidadania. Acima de tudo, o respeito a tudo e a todos.

Desta forma, a educação moral não se restringe às palavras com efeitos especiais. É indispensável o comportamento pacífico e fraternal, abrangendo todas as pessoas e formas de vida em um imenso amplexo de dignidade e admiração.

Essa contribuição moral formará pessoas ricas de sentimentos disciplinados, de comportamentos saudáveis, que influenciarão a família, alcançando a sociedade como um todo.

Eis como se operará a transformação do mundo, tão almejada. Tão sonhada.

A educação moral trabalha o espírito, o ser real, moldando-lhe as asas da angelitude, sem lhe retirar os pés do caminho humano a percorrer.

Enquanto trabalha, produz e se enriquece de valores intelectuais, deve igualmente a criatura receber a educação dos sentimentos, fixando condutas que devem se aprimorar, através das diferentes fases do processo evolutivo.

E podem se ampliar as possibilidades de elevação, se a essa educação moral se adicionarem os conteúdos a respeito das necessidades do ser em relação a si mesmo, ao próximo e a Deus.

Então, o coração se enternece, se dilui a brutalidade dominante e um elenco de conquistas
espirituais se abre. Conquistas que se multiplicam à medida que o ser mais se enobrece.

***
A educação intelectual, artística, profissionalizante, desempenha importante papel na realização do ser humano.

Mas é a de natureza moral, que não se encontra nos livros, mas sim nos exemplos, que o libertará dos condicionamentos negativos.

Essa educação é indispensável para a sublimação do espírito, tanto quanto para a vitória da paz no mundo.

*Texto escrito pela equipe de Redação do Momento Espírita, com base em relato de Josenira Gonçalves, Salvador-BA, inserido na revista Seleções do Reader’s Digest de agosto2003: Flagrantes da vida real e no cap. 26 da obra Dias Gloriosos, psicografada por Divaldo Franco, do Espírito Joanna de Ângelis, Ed. Leal.

*Grifos do próprio Momento Espírita.