Em entrevista à TV Globo, Haroldo Dutra aponta que humanidade tem a chance de transformar realidade e construir mundo mais fraterno.
De uma hora pra outra, os hábitos mudaram. O distanciamento social virou regra, uma forma de proteção. Muitos trabalhadores perderam o emprego e passam sufoco pra conseguir colocar comida em casa. Há pouco mais de dois meses, ninguém imaginava que a vida daria uma reviravolta tão grande.
O juiz de direito mineiro, escritor, tradutor e palestrante espírita Haroldo Dutra afirma que a pandemia é momento para a humanidade escolher se vai realizar ou não mudança global. "É dizer sim ou dizer não", afirmou.
Dutra explicou que, de acordo com a avaliação do espiritismo, a humanidade, assim com estudantes, fosse muito boa em algumas matérias, mas muito ruim em outras. Tempos de catástrofe, de pandemia, aceleram o progresso moral dos indivíduos e das nações, com aprendizados em áreas necessárias.
"Se fizermos uma avaliação espiritual da humanidade, a gente percebe que o ser humano avançou muito em tecnologia, em conhecimento, mas ele está muito aquém no que diz respeito a relações humanas, ética, fraternidade e solidariedade", apontou.
O palestrante afirma que temos aspectos da nossa vida social e da nossa vida individual que revelam que, do ponto de vista dos sentimentos, nós estamos doentes.
"Se nós avaliarmos os índices de violência doméstica, o preconceito, se a gente olhar para a degradação urbana, milhões de pessoas vivendo abaixo do índice da miséria, a gente percebe que, socialmente, estamos doentes", afirmou.
Uma grande lição da pandemia, para o palestrante é que a dor nos iguala. Para ele, um grupo significativo de pessoas já escolheu fazer um mundo melhor. A pergunta, agora, é se esse grupo vai ser suficiente para realizar a mudança global ou se será o grupo que deseja fazer tudo igual vai prevalecer.
"Eu acho que essa é uma questão em aberto. Mas, pelo menos agora, a gente tem duas possibilidades claras. A gente está vendo. A gente sabe quais as duas opções. É dizer sim ou dizer não", enfatizou.
Por Bianka Carvalho, TV Globo, publicado no G1