O divórcio oficializa a ruptura que já existe de fato, em termos de distanciamento energético, na psicosfera de ambos
Quando foi dito “não separeis o que Deus juntou”, é comum entender-se esta frase como uma condenação ao divórcio. Na realidade, o conceito exarado não tinha a ver com a separação matrimonial, mas com uma exortação a manterem-se unidos os sentimentos e pensamentos do casal, buscando apoio e confiança mútua.
Sabemos existir uma programação prévia para cada encarnação, para cada nova existência, que contempla os aspectos básicos da nossa vida; as uniões estáveis ou casamentos costumam fazer parte dessa programação.
Excetuando-se os casamentos ou uniões “acidentais”, conforme denominam os espíritos amigos, ocorridas simplesmente devido ao livre-arbítrio ou por precipitação do casal, contrariando o que fora proposto na espiritualidade antes de renascerem, os casamentos provacionais, sacrificiais, afins ou transcendentais foram cuidadosa e demoradamente planejados pelas equipes amorosas e inteligentes do mundo extrafísico; o cenário ideal seria sua manutenção, preservando-se a proposta de crescimento espiritual de ambos.
No entanto, a conduta do casal, tanto na sistematização de erros como na incapacidade de compreender, perdoar e amparar, no exercício do livre-arbítrio de ambos, pode gerar uma situação de perda total de confiança e inviabilizar um convívio amoroso, suave e produtivo.
Quando não existem mais condições para a vida em comum, espiritualmente já se operou a separação, já houve a ruptura do compromisso espiritual, tornando-se compreensível e aceitável que optem por buscar novos rumos na estrada da vida. O divórcio oficializa a ruptura que já existe de fato, em termos de distanciamento energético, na psicosfera de ambos.
Não há como negar um elevado percentual de separações que poderiam ter sido evitadas, pois ocorreram de forma imatura e precipitada. Por detalhes se interrompe uma programação longamente elaborada na dimensão extrafísica. Posturas egoístas, teimosas, preconceituosas ou imaturas determinam o afastamento progressivo de um casal que tinha quase tudo para manter um lar e uma família.
Seja válida ou não, dependendo do caso, consideremos a separação oficializada pelo divórcio uma necessidade ou um remédio, às vezes, amargo, para oportunizar a ambos uma nova chance de estruturarem um novo lar.
As energias sexuais de um casal separado podem ter diversos direcionamentos éticos, caso optem por uma vida dentro dos padrões da moralidade, no sentido mais amplo da moral cósmica ou da Lei do Amor Universal. Alguns buscam nova ligação monogâmica, mantém-se fiéis à nova companhia e intercambiam energias sexuais com essa nova companhia, alimentando-se, reciprocamente, embasados no amor.
Outros direcionam as energias sexuais do chacra genésico para os chacras superiores, canalizando a força da libido para o estudo, a arte, o trabalho ou o exercício da caridade e do amor ao próximo. Dedicam-se, muitas vezes, a outros membros da família ou desempenham atividades beneméritas diversas.
Há, no entanto, ex-cônjuges que se sentem lesados em sua intimidade, alguns se sentem agredidos na sua suscetibilidade, por ser objeto de atitudes deselegantes por parte do ex-companheiro(a), ou mesmo pela constituição psíquica frágil que são portadores, ou seja, por imaturidade espiritual, ou ainda, por motivos diversos. Esses podem definhar, esvaindo sua energia vital por emitirem ondas mentais de tristeza, indignação, mágoa ou ressentimento.
O ex-companheiro(a), quando for o responsável por tal sofrimento, passa a receber essas emanações de ondas mentais enviadas pelo outro que se sentiu prejudicado. Muitas vezes, a falta de oração, de vida equilibrada e de pensamentos de elevado teor vibratório abrem comportas para um mar de tristeza do ex-cônjuge que varrem a superfície da mente do ex-companheiro(a).
O ideal é que um casal separado deseje, no imo de sua alma, que o seu ex-esposo(a) seja feliz, onde quer que esteja. A fixação mental na figura do outro pode determinar sucção de energias num processo de vampirização inconsciente, ou abrir frestas energéticas para interferência de espíritos obsessores.
Texto publicado no site do jornal de O Clarim, por Ricardo Di Bernardi (rhdb11@gmail.com), em 01/02/2017