Os termos vibração e sintonia são muito utilizados no meio Espírita. No entanto, será que compreendemos acertadamente o seu significado? Em Física, uma vibração é o movimento de um ponto oscilando em torno de outro ponto de referência. O exemplo de vibração mais simples e clássico é o movimento de vaivém que executa o pêndulo de um relógio de parede, lentamente.
Pois bem, esta é uma característica de todos os fluidos, quer se expressem como matéria grosseira ou eterizada. O movimento vibratório é representado por uma onda, que possui um comprimento e uma frequência peculiares para o tipo de fluido que lhe deu origem. Ou seja, quando se deslocam no espaço, os fluidos não o fazem de forma contínua, mas executam movimentos internos de vaivém, com comprimentos de onda e frequência específicos. Assim, estamos todos mergulhados em um oceano de ondas, provenientes de tudo a nossa volta, pois até mesmo partículas elementares do átomo, como os prótons e elétrons, ao se deslocarem, originam uma onda associada. Até mesmo nosso cérebro é um emissor de ondas mentais, pois que o pensamento é matéria sutilíssima produzida pela mente, sob o comando do Espírito.
Em Espiritismo, sintonia é a identidade vibratória das emissões mentais de dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados. Sendo assim, estarão em sintonia vibratória as pessoas e espíritos que tiverem os pensamentos e sentimentos semelhantes, pois os fluidos que emanarem de ambos terão comprimentos de onda e freqüência semelhantes também. Sabe-se hoje que os sentimentos são os responsáveis pelas características vibratórias dos pensamentos, ou seja, em sua origem os pensamentos são neutros, mas recebem o “tom vibratório” dos sentimentos que lhes dão um “colorido” específico, uma espécie de impressão digital do Espírito que é o emissor dos pensamentos. Dessa maneira, podemos facilmente deduzir de tudo o que expusemos até aqui, que a sintonia vibratória é a expressão física da afinidade espiritual entre as criaturas filhas de Deus, ou seja, decorrem de suas características morais, quais sejam: seus gostos; seus ideais; sua maneira de ver o mundo, as pessoas e Deus; sua forma de agir; seus sentimentos; etc.
Não há como evitarmos o fenômeno de sintonia. A todo o momento, estamos em sintonia vibratória com outras mentes, encarnadas ou desencarnadas. Temos, portanto, as companhias espirituais que se ajustam àquilo que somos e fazemos, automaticamente. Compreender o fenômeno de sintonia vibratória e aceitá-lo por natural e inevitável, ajuda-nos a melhor compreender os fenômenos mediúnicos e as obsessões em geral. Mas, haverá uma forma de melhorarmos as nossas vibrações pessoais, de modo a aprimorar a nossa sintonia espiritual?
Há um meio infalível, proposto por Kardec nas obras da Codificação Espírita: enriquecer o pensamento pela aquisição de conhecimentos (desenvolvimento da inteligência) e pela edificação dos sentimentos (desenvolvimento moral). É o auto-aprimoramento conquistado com esforço próprio, pelo bom direcionamento da vontade, aplicando o aprendizado na melhoria dos nossos relacionamentos e no desenvolvimento de nosso livre-arbítrio.
Verdade e Luz, edição nº 302 . Março/2011