Ficar obcecado com o que você não tem pode cegá-lo
O dia em que terminei a faculdade foi um dos mais difíceis da minha vida. Eu tinha cumprido tudo, mas não sabia o que fazer. Tinha alcançado meu objetivo, mas não sabia como desfrutá-lo. Então eu não simplesmente não comemorei. Claro que me arrependo disso. E ainda me pergunto hoje, como foi possível?
Muitos psicólogos explicam isso como a insatisfação por alcançar um objetivo: se você o tiver alcançado, já não tem mais valor. Precisamos do desafio seguinte, porque o que alcançamos já não nos satisfaz.
Nós só olhamos para o que não temos. Não valorizamos o que temos. Agora eu quero um carro melhor, um emprego onde receba mais; quero viajar mais a cada ano; quero uma casa melhor, um marido mais arrumado, mais bonito, um filho que tira notas melhores; quero parecer mais jovem…
A obsessão pelo que não temos nos cega para aquilo que já temos. Não apenas não vemos, mas subestimamos. E isso nos torna infelizes. E acabamos invejando quem tem mais.
A insatisfação constante, que coloca o foco no que não tenho, é tão problemática que só cria frustração. Você já parou para pensar no que você tem? Sua vida, sua família, seu trabalho, seja o que for, é muito positivo.
É claro que precisamos ter uma ambição natural de melhorar em todas as áreas da vida, mas também temos que melhorar nossa conformidade.
Estar feliz com o que você tem é positivo. É um dom. É por isso que comemorar é tão importante: a formatura, o aniversário, as grandes datas.
A sociedade nos leva a olhar atentamente para o que não temos. Claro, isso é a base da venda. É a base do consumismo: você ainda não tem tudo o que deseja.
Na psicologia, isso é conhecido como “viés negativo”, e nos leva a ficar obcecados com o que não temos. Eu não tenho o celular que gostaria, nem a bicicleta, nem o carro… e isso fica martelando na nossa cabeça.
Reclame menos (e valorize mais)
Pense nas suas conversas diárias: muitas vezes nos concentramos mais em reclamações.
Estranhamente, parece que conversar sobre o bem e o positivo é algo presunçoso.
Mas fale sobre o quão bom é seu pai, seu filho, seu marido, sua esposa, em vez de reclamar deles. A propósito, é algo que fazemos quando crianças, certo? Quando se tira boas notas, é algo maravilhoso, não é?
Aplique isso a outros membros da família, a seus colegas de trabalho. Em vez de criticá-los, lembre-se de algo bom. Não se concentre na reclamação, em algo que um dia tal pessoa fez de errado.
Se é difícil, tente se colocar no lugar do outro: às vezes não entendemos certos comportamentos devido à falta de comunicação ou porque não paramos para refletir bem.
E depois, nessa mesma linha, pense no bem do seu trabalho, do sua casa, do seu jeans favorito…
E não seja tão perfeccionista
Oh, perfeição! Se existisse, não teríamos mais objetivos, certo? Essa perfeição que a publicidade vende não existe. Essa perfeição que as celebridades exibem nas redes sociais é ilusória.
O perfeccionista extremo vive na insatisfação absoluta.
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