Jesus, o Divino Mestre, ao terminar o Sermão do Monte, com Sua voz suave e doce, espargindo magnetismo incomparável na multidão emocionada, faminta de carinho, amor, luz e paz, dividiu a humanidade em dois perfis psicológicos: sensato e insensato.
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem sensato, que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não desabou porque fora edificada sobre a rocha.”
“E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.”
Segundo os dicionaristas, sensata é a pessoa que tem bom-senso, que pensa e se comporta com bom juízo e prudência. Enquanto insensato é o seu contrário, é aquele que não pensa ao tomar suas atitudes; leviano; desprovido de bom-senso.
O Sermão do Monte representa a síntese da doutrina cristã. Nele encontra-se exarado o código moral suficiente para nos elevar à pureza para a qual todos fomos criados. É a Lei de Amor, interpretada por Jesus em suas palavras e atos.
Jesus, com Sublime Pedagogia, expõe as oito regras básicas para a felicidade integral, nas bem-aventuranças, elegendo a humildade como a primeira delas, a capitanear as outras, no roteiro em direção a nós mesmos, o Eu transcendental, onde se encontra o reino de Deus.
Sensato é aquele que compreende o ensino de Jesus e busca, todo o tempo, um meio de praticá-lo, entendendo que a vida na Terra é uma lição que recebemos em nossa missão de evoluir e um atalho, como diz Emmanuel, nos caminhos de ascensão.
Jim Tucker é diretor médico da Clínica de Psiquiatria Infantil e Familiar, e Professor Associado de Psiquiatria e Ciências Neurocomportamentais da Universidade de Virginia . Seu principal interesse investigador são as crianças que parecem recordar vidas anteriores, e as lembranças pré-natais e do nascimento. Sensatos e insensatos somos quase todos no uso do livre-arbítrio dado por Deus, que nos dá o direito à escolha do caminho a seguir. Ora somos sensatos, ora somos insensatos, de acordo com as ações que praticamos.
Raros são os sensatos em tempo integral. O mestre Allan Kardec foi um deles. Zeus Wantuil e Francisco Thiesen, no III volume, de sua Pesquisa Biobibliográfica de Allan Kardec, transcrevem o discurso do sábio astrônomo Camille Flammarion, no sepultamento de Allan Kardec, no Cemitério Montmartre, no dia 2 de abril de 1869, em que ele assim o classifica:
“Ele era o que eu denominarei simplesmente o bom-senso encarnado. Razão reta e judiciosa, aplicava sem cessar à sua obra permanente as indicações íntimas do senso comum. Não era essa uma qualidade somenos, na ordem das coisas com que nos ocupamos. Era, ao contrário, pode-se afirmá-lo, a primeira de todas e a mais preciosa, sem a qual a obra não teria podido tornar-se popular, nem lançar pelo mundo suas raízes imensas.”
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no item 3, do XVII capítulo, O homem de bem, há um perfeita explanação sobre a sensatez. Não iremos reproduzi-la por ser extensa, entretanto, vale a pena lê-la. Ela representa tudo o que precisamos para amadurecer nosso senso moral, espelhando-nos nela. Por enquanto, permita-me destacar partes desse item:
“O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.”
“Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.”
“Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.”
“Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.”
Sensato é o homem consciente de que “o objetivo único da vida é fazer o bem”, conforme resposta das Entidades Sublimadas ao insigne Codificador, na questão 860 de O Livro dos Espíritos.
Insensato e imaturo é aquele que quer ser amado em vez de amar. Quer o mundo girando em torno de si e dos seus, num egoísmo avassalador. Faz só aquilo de que gosta e aquilo que quer, achando ser a morte o fim de tudo e, a vida, uma eterna viagem turística.
Edificar a casa na rocha é pautar a vida no caminho traçado por Jesus, amadurecendo o senso moral e entendendo Seu chamamento: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
“O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam” (item 4 do capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo).
E, como assevera o Protetor Espiritual Emmanuel: “Enquanto não nos mantivermos na aura do Cristo, cada recomeço será quase sempre uma queda”.
Muita paz!
*Texto extraído do site Correio Espírita, escrito por Itair Ferreira