terça-feira, 7 de abril de 2015

Palestra do dia 06 de abril - PERDA DE ENTES QUERIDOS

Ontem, dia 06 de abril, o LEAE teve sua programação normal - com palestra na segunda-feira - e recebeu a Rosária Maria como palestrante da noite.

Na ocasião Rosária falou sobre Perda de Entes Queridos. Para iniciar a noite, a palestrante começou com a humanização do tema. "A perda de entes queridos é tida como das dores mais difíceis de lidar. Algumas pessoas a definem como uma dor indescritível no coração; outras como um vazio, como se a alma se partisse; outras pessoas, simplesmente entram num processo de negação, mecanismo de defesa para não sentir a dor. Fato é que a dor da perda não pode ser evitada, mas a maneira de encarar a situação e a compreensão do que é a morte pode ajudar as pessoas a passarem por esse momento doloroso"

Depois, já ligando com a doutrina espírita, Rosária ainda disse que, 'na verdade, a única fatalidade que existe para o Espírito enquanto encarnado, é a morte; diríamos, a desencarnação, termo mais adequado diante do fato de que a morte não existe."


Rosária Maria, palestrante da noite
Foto: Adriana
Explicando mais sob a luz da doutrina,  palestrante falou sobre a criação do espírito e suas passagens por experiências, tanto no plano espiritual quanto no corporal, isso para que alcance sua evolução. "O Espírito, após criado simples e ignorante, passa por experiências para evoluir rumo a sua destinação, que é a Plenitude, a Perfeição. O plano Espiritual é a nossa real morada, sendo o plano Material apenas uma breve jornada. Como se estivéssemos em uma viagem com tempo pré-determinado. Poderíamos comparar a um intercâmbio, com data limite de início e término."

Já entrando no tema em si, Rosária apresenta umas das situações inevitáveis do ser humano: o retorno ao mundo espiritual de um ente querido. Isso se resume basicamente no que chamamos de LUTO.

"O que é o Luto? É uma reação emocional a uma perda afetiva. É um processo natural e um modo de recuperação emocional face à perda. Acontece um encadeamento de fases subsequentes, até a sua resolução, quando então voltamos à vida normal. Entretanto, muitas das vezes temos dificuldades em passar pelo processo do luto, e poderemos nos fixar numa das fases por tempo indeterminado", explica a palestrante.

Rosária ainda pontuou algumas dificuldades que temos em lidar com esse processo de luto e explica cada um deles, que são:

1- O fato de que o luto nos coloca frente a frente a lidarmos com nossa dor e com nossa própria morte: Nesse caso, o fato de conhecermos o que se passa após a morte, nos ajuda a encararmos a vida antes da morte, e a traçar um caminho para a “boa morte”, que é nada mais, nada menos, do que o “bem viver”. Saberemos como será nosso retorno à Pátria Espiritual, na dependência do que tivermos feito no trajeto da nossa viagem corporal. Traçar um bom caminho de vida enquanto encarnados é traçar um bom retorno à nossa vida espiritual.

2- Sentimento de culpa por achar que não fez o suficiente pela pessoa que faleceuNesse sentido, mais uma vez alertarmos para a necessidade de aproveitarmos nossa estada terrena para ficarmos mais próximos uns dos outros. Dedicarmos mais qualidade de tempo à nossa família e amigos. As pessoas, ao perderem os entes queridos, fazendo uma sincera avaliação de como foi a vida em comum, se houve entendimento, companheirismo, alegria, amor, enfim...Ou seja, quando o tempo foi bem aproveitado, a separação é melhor aceita. A desencarnação significa não podermos mais compartilhar com aquele indivíduo que é muito importante em nossa vida. E, se esse compartilhamento foi efetivo enquanto juntos em vida, a dor da separação é mais suave.

3- Demonstração de apego: A grande dificuldade do ser humano está em lidar com o desapego. A espiritualidade adverte que o momento desencarnatório e os momentos subsequentes à desencarnação, tem como fator de dificuldade, o apego. O nosso amor ainda é o amor que segura, que precisa ficar perto, que precisa tocar, sentir com todos os sentidos físicos. Ainda não aprendemos a sentir com os sentidos da alma. Richard Bach, em seu livro “ Longe é um Lugar que não Existe”, conta a trajetória de um menininho em busca de estar com sua amiguinha no dia do seu aniversário, sendo que ela tinha se mudado para outro País. Então ele descobre que “nós nos encontramos aonde está o nosso coração” e que “ a distância não significa nada quando alguém significa tudo.”
Em seu livro “ Fernão capelo Gaivota, ele demonstra que temos liberdade para irmos aonde quisermos e sermos o que quisermos ser.”

Emmanuel nos adverte que:


"Somente perde os seres queridos aquele que possessivamente os procura, quando se fazem distantes, porquanto quem ama, ama sempre, e de tal modo que, ainda mesmo quando os corações amados se distanciam, o coração que ama prossegue amando-os e abençoando-os, sabendo conscientemente que, pelas forças do espírito, jamais deles se afastará."
4- Dependência afetiva: Muitas vezes existe uma dependência emocional muito grande entre a pessoa que permanece e a que partiu, e a perda parece ser brutal, até mesmo, desesperadora. A busca do contato com as potencialidades internas e desenvolvimento da autoestima, a famosa fórmula do autoconhecimento recomendada por Santo Agostinho, é uma ajuda na vida do ser humano, porque as perdas, as dificuldades e as frustrações existem e vão existir sempre, mas a pessoa aprende, dessa maneira, a ter subsídios emocionais e afetivos suficientes para enfrentar as perdas em geral. E aprende a canalizar o seu amor também para outras pessoas. 
 
Mas a palestrante nos dá uma luz para resolvermos esses conflitos internos pelo qual passamos durante a perda de alguém querido. De acordo com Rosária para tudo há solução:

  • Diálogo e escuta (Mais do que nunca precisamos da solidariedade, da fraternidade, de esquecer a nossa dor para socorrer a dor do outro); 

    Madre Teresa de Calcutá nos adverte que “As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável.”

  • Esperança de vida após a morte (A certeza da sobrevivência da alma é um consolo, um bálsamo para a dor desse momento tão difícil da separação);

  • Autoconhecimento  / autoestima (Como já referimos anteriormente, a melhoria da autoestima e a busca do autoconhecimento nos possibilita buscar recursos internos que nos facilitam a superação da dor da separação);
Além disso temos ainda a Consolação Espírita. Essa advém da crença na imortalidade da Alma, na certeza da vida futura, e no fato de que um dia todos os entes queridos se reencontrarão. "É um consolo saber que somos imortais, que a nossa natureza é espiritual, que o Mundo Espiritual existe e é nossa verdadeira Pátria, que podemos nos comunicar independente se estivermos num mesmo plano, Homens e Espíritos, segundo a permissão de Deus, e através da prática da Mediunidade, da Oração e das oportunidades do sono, que existe a Pluralidade dos Mundos habitados e das existências; que uma Lei Maior rege todo o Universo e que nada acontece sem Sua ciência e que somos uma Única Família Universal, filhos do mesmo Pai, irmãos uns dos outros, com as mesmas potencialidades e uma única destinação que é a Plenitude. O conhecimento dos Princípios da Doutrina Espírita nos fortalece a Fé e nos promove ao equilíbrio, à resignação e à confiança em Deus, no próximo e em nós mesmos", explica Rosária.

Para complementar a palestrante ainda apresentou um vídeo que disponibilizamos logo abaixo:


*Equipe de Comunicação do LEAE com Rosária Maria.