terça-feira, 9 de setembro de 2014

Literatura doutrinária

Autores ligados a alguma crença ou religião estão entre os mais celebrados no Brasil e grande alcance da Literatura Espírita é destaque
 
A terceira – e última – edição da pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, coordenada pelo Instituto Pró-Livro e realizada em 2011, mostra que os brasileiros colocam autores ligados a alguma religião ou doutrina entre os mais admirados do País. Entre os 25 autores mais lembrados e que foram citados na pesquisa, estão Zíbia Gasparetto, padre Marcelo Rossi e Silas Malafaia, representantes do espiritismo, catolicismo e protestantismo, respectivamente.
 
Entre os livros mais lembrados na pesquisa, estão Ágape, escrito pelo padre Marcelo Rossi – e que foi apontado pelo levantamento como o segundo livro mais lido no País naquele ano –, Violetas na Janela, psicografado por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, e Bom dia, Espírito Santo, livro gospel de autoria de Benny Hinn. De acordo com a pesquisa, a Bíblia é o livro mais lido no Brasil.
 
Mensagem espírita
 
"O livro é o principal veículo de divulgação da mensagem espírita", explica Ivana Raisky, presidente da Federação Espírita do Estado de Goiás (Feego). "Para os espíritas, a maior caridade que podemos praticar é a difusão dos princípios que a Doutrina Espírita nos traz, e o livro é um instrumento valioso nesse processo", complementa. Para Raisky, a alta procura por Literatura Espírita mostra o interesse crescente que as pessoas têm demonstrado em relação aos assuntos ligados à espiritualidade, sobretudo à Doutrina Espírita. Ela destaca ainda que os leitores são de diversos credos religiosos, "pois o Espiritismo não tem o propósito da conversão e sim o de levar esclarecimento e consolação a quantos o procuram."
 
A presidente da Feego explicou que o mercado do livro espírita tem crescido a cada dia, não somente pelos romances, que são vendidos em grande número, mas também por obras voltadas ao estudo e aprofundamento de diversos temas doutrinários. Ela afirma ainda que, em Goiás, há grande procura pelas obras espíritas. "Entre os mais procurados estão as obras básicas codificadas por Allan Kardec, os livros psicografados por Chico Xavier e romances de diversos autores", destacou Raisky.
 
Sobre a relação da doutrina espírita com o lucro do mercado editorial, a presidente da Federação esclarece que são inúmeras editoras, umas ligadas a obras assistenciais promovidas por instituições espíritas, outras com cunho comercial. Raisky lembra que os escritores têm direitos autorais sobre suas obras, mas adiciona que os médiuns "verdadeiramente espíritas" adotam a mesma postura de Chico Xavier e Divaldo Franco, grandes nomes da doutrina no Brasil que não receberam ou recebem nada, doando os recursos advindos das obras a instituições beneficentes. Ela destaca, entretanto, que, "caso o livro seja de autoria do encarnado, não veio dos espíritos pela mediunidade, fica a critério do autor receber ou doar os direitos sobre suas obras."
 
*Notícia extraída do site Diário da Manhã