Fim da infância? Quando ser criança é um estorvo...
O doutor foi requisitado quando a professora disse ter notado o menino, nos dias chuvosos, bastante hiperativo, irritado com o número quatro, nervoso com a hora do conto, e em outros dias, ensolarados, muito distraído, fitando o vazio no teto, imune até mesmo ao fascínio do computador...
Ela contou então que, na sequência, falou alto, gritou três vezes o seu nome para chamar sua atenção. Inutilmente, era um caso de infância perdida, ela sustentou, apoiado o discurso técnico pelo coordenador.
E quem tivesse o bom senso da arte dos sonhos também acrescentaria à sentença descabida da professora: “sim, é a atração pelas brincadeiras que quer tirá-lo dessas paredes sólidas que ensinam a marchar...”