O maior desafio da existência física é o bem viver.
A maioria das pessoas permanece sempre preocupada em viver bem, isto é: ser detentora de coisas, como uma residência confortável com piscina e espaço para recreação; um automóvel de preferência importado; um novo celular, equivale dizer, o mais recente; situação agradável na vida social; destaque e poder… Para consegui-lo, investe todos os esforços, mesmo aqueles que não são éticos, porque os seus são direitos inalienáveis, e quando algo acontece com características desagradáveis, logo, aborrecendo-se, interroga: Por que eu?
Nunca se preocupando em formular a pergunta em razão das ambiciosas situações de destaque, de imediato precipita-se no rumo do desgosto ou da revolta.
Seria o caso, entretanto, de inquirir de maneira quase igual, indagando-se: Por que não eu?
Todos fazemos parte do organismo social em processo de evolução, sujeitos às mesmas ocorrências nos mais diferentes estágios vivenciais.
A imaturidade psicológica e o egoísmo que predominam na coletividade humana são os responsáveis pelos comportamentos esdrúxulos e especiais que cada um deseja permitir-se, sem facultar aos demais as mesmas condições.
Manter a existência em clima de bem-estar constitui grave questão que exige esforço mental, moral e físico.
Vivemos em uma sociedade imediatista cuja formação espiritual é baseada em interesses do próprio indivíduo, que se não dá conta dos deveres para com o próximo e a Natureza. Em consequência, as suas são aspirações relativamente mesquinhas, porque destituídas de valores que engrandecem a vida.
Na atualidade, quando a violência toma corpo em cada atitude e as paixões de baixo nível são cultivadas com empenho, o ser humano perde o sentido existencial e desnorteia-se.
As aspirações do bom, do bem e do belo cedem lugar ao individualismo perverso, ao consumismo alucinado e ao exibicionismo que aliena.
Cada qual pensa em sobreviver de qualquer forma e o seu próximo é, sem dúvida, um inimigo em potencial.
O excesso de tecnologia desvaloriza o esforço pessoal nos relacionamentos e somente se pensa em aproveitar a oportunidade para fruir prazer, apesar da insegurança pessoal e do medo subsequente.
As várias expressões filosóficas, inclusive as pessimistas, abraçando o materialismo, reduziram o indivíduo à condição de fruto do acaso e ele somente deseja viver bem, mesmo que, momentaneamente.
É indispensável que se faça uma revolução espiritual urgente em busca de sentido moral e se terá como objetivo bem viver, isto é: respeitar a vida e torná-la ditosa sob a luz meridiana do amor conforme Jesus nos apresentou e viveu.
Divaldo Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 19 de setembro 2019 republicado no Blog Espiritismo na Rede.