Segundo o dicionário de filosofia, cuidado, do latim, significa cura, usado num contexto de relações de amor, amizade, zelo, atenção, solicitude e bom trato. O cuidado é, na verdade, o suporte real da criatividade intelectual, da liberdade, da inteligência, da segurança e uso racional da tecnologia.
Quem cuida? Todos. A mãe, a mulher, o filho, o namorado, o pai, o benzedor, o psicólogo, o pastor, o massagista, a manicure e todos que se querem bem.
O cuidado não deve ser imposto, marcado, determinado com leis, regras ou ordenamentos. O cuidado deve ser vivenciado, sentido, degustado, sutil, meigo, e que faz crescer em todos os sentidos.
Importante então colocar cuidado em tudo: primeiramente em mim, me aceitando e me compreendendo para que possa mudar, caminhar, indiferente de onde estiver, de modo mais humano, participando da construção efetiva do meu ser.
Depois desse mergulho em mim, cabe o auto-questionamento: será que estou pronta para cuidar?
Muitas vezes a correria em nosso cotidiano, nos impede de tomar decisões, de fazer escolhas acertadas às vezes faz com que deixemos a rotina tomar conta de nossa rotina, o corre-corre do dia a dia nos entorpece, ligamos o automático e vamos em frente sem prensar muito sobre para onde, com quem e o que estamos fazendo.
Toda essa reflexão nos chama a atenção para o cuidado na transformação de gente, ser biológico, em pessoa humana mais integrada com o cosmo, com o compromisso do cuidado.
A ajuda que prestamos ao outro, acolhendo-o, nos faz humanos, como quem nos procura. Precisamos acolher nossos defeitos e limitações para poder aceitar o outro. Reconhecendo nossas dores, vazios e falhas, poderemos reconhecer também a humanidade do outro e daí surge a empatia, o carinho e a responsabilidade com aqueles que nos rodeiam.
Artigo escrito por Anízia publicado no site da CVV (Belo Horizonte - MG)