Estudo é baseado na física clássica no poder que uma pessoa pode influenciar na outra simplesmente estendendo as mãos e as pontas dos dedos
O professor aposentado de nefrologia Francisco Habermann, outro integrante do grupo de pesquisadores da Unesp/Botucatu, explica que a base do projeto é puramente física. “É o conhecimento que se tem desde o século XVIII baseado no poder das pontas dos dedos que uma pessoa possa influenciar a outra simplesmente estendendo as mãos”, explica.
A física clássica, segundo o professor, demonstra que temos as pontas como para-raios, por exemplo, que são terminais pontiagudos que recebem e transmitem forças, energias, informações de um ambiente para outro. A base é a física e coincide com a doutrina espírita de Alan Kardec, a partir de 1857 em Paris. Ele entende que não é só as pontas, as palavras também interferem. Este grupo de médicos da Faculdade de Medicina de Botucatu está tomando todo o cuidado metodológico para não ter outra influência a não ser a imposição das mãos ou seja, o uso das pontas,” diz Habermann.
O estudo é baseado em metodologia validada internacionalmente, enfatiza o professor. “Os questionários que estão sendo aplicados nos candidatos a voluntários têm validade em estudos internacionais. Para incluir um paciente, eles têm que passar por testes. O teste Durel avalia a espiritualidade e a religiosidade do indivíduo. O Idate que avalia o grau de ansiedade.”
Habermann avisa que os testes são rigorosos. “Não tem nada a ver com religião, exorcismo. É puramente física. Não precisa ter fé. Vamos avaliar a condição do indivíduo muito ansioso ou alterado, esses testes que vão informar o grau. Estão previstos a participação de 60 pessoas entre homens e mulheres acima de 18 anos. Para ser admitido no grupo de estudo, a pessoa tem que ter um diagnóstico anterior feito por médico e que não esteja em tratamento algum, seja medicamentoso ou outras manobras.”
Escolhidos
A proposta é que os escolhidos que façam parte do grupo sejam submetidos ao ‘passe’ durante dois meses, semanalmente durante cinco minutos. “Durante as aplicações, vamos verificar o funcionamento cerebral através do eletroencefalograma.”
As observações já foram realizadas com animais (ratos e camundongos). O professor Monezi da Unifesp observou que com estímulos bem controlados de imposição de mãos houve variações em células imunológicas, aumentando sua resistência. “Isso foi evidenciado biologicamente em animais. O que ajudou o nosso projeto ser aprovado para ser realizado dentro da Faculdade de Medicina com ser humano porque a evidência biológica em animais já está demonstrada e publicada.”
A proposta da pesquisa da Unesp não prevê avaliação biológica no paciente e sim psicológica. “Não vamos chegar naquilo que se chegou com os animais. É bem provável que vá se propor um estudo imunológico desses pacientes submetido a esses processos, processo de atuação do poder das pontas. O trabalho aponta para a possibilidade dos estudos continuarem dentro de uma universidade séria que faz pesquisa de ponta que desenvolve trabalhos como estes,” explica Habermann.
O professor aposentado em nefrologia diz que, junto com colegas, sempre estão envolvidos em novidades cardiovasculares digestivas. “A gente acompanhou como é feito essa metodologia, desde quando abre o camundongo vê o que acontece.”
Estudo vai escolher tipo de voluntários
Na busca pelas medicinas complementares, aquelas que podem ajudar o paciente a se recuperar mais rapidamente, médicos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp vão estudar o passe. Esta é a opinião da professora Niura Aparecida de Moura Ribeiro Padula.
“Buscamos uma resposta mais rápida ao tratamento. Se descobrirmos que o passe tem uma resposta tão boa quanto o tratamento medicamentoso alopático ou que ele complementa o alopático, será bem-vindo. Queremos entender o ser humano de forma mais global e não apenas física.”
Ela explica que na faculdade tem vários projetos de extensão. Este é focado na ansiedade. “Vimos uma tese de doutorado na Unifesp onde a imposição de mãos, o Reiki, teve uma resposta muito boa. Gostaríamos de saber se o passe magnético teria a mesma resolutividade que teve o Reiki.”
Ela explica que a imposição de mãos será utilizada para a pesquisa. “Um grupo vai receber a imposição de mãos outro, vai ter um plus que é a imposição de mãos, um passe por uma pessoa que tem habilitação espiritual para isso.”
Ela avisa que a escolha dos voluntários para a pesquisa está sendo criteriosa. “Estamos sendo rigorosos na escolha. Muita gente se candidatou mas tiveram que ser excluídos. Eles não podem estar tomando medicamentos. Não ter outros problemas de saúde. Quem bebe, usa drogas ou medicamentos está excluído, por exemplo.”
A professora diz que a escolha da ansiedade se deu pelo fato desse problema estar aumentando bastante.
Todo mundo tem
A ansiedade é a força que move as pessoas a ir à luta, trabalhar por aquilo que ela deseja. Porém quando ela ultrapassa a linha da normalidade provoca taquicardia, falta de ar, preocupação constante com alguma coisa, dificuldade em terminar aquilo que começou são alguns dos sintomas, explica a professora Niura Padula.
“Todo mundo tem um certo grau de ansiedade. Quando é além do normal faz com que a pessoa não tenha muita coragem de enfrentar a vida ou tenha medo de se expor. O diagnóstico médico não é fácil.”
As aplicações de passe vão durar oito semanas. “Cada aplicação tem cinco minutos, na cabeça, no peito, na barriga, usando os pontos de Reike. Em 20% dos voluntários vamos fazer eletroencéfalo porque queremos saber se esse tipo de tratamento altera as ondas cerebrais. É muito interessante esse trabalho. Queremos um dado mais palpável do indivíduo.” As aplicações de passe vão durar oito semanas.
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*Rita de Cássia Cornélio em JCNET (Jornal da Cidade)