Se há duas atitudes morais que nosso tempo precisa urgentemente, são autocontrole e altruísmo. Daniel Goleman
Ter um filho pressupõe, além do amor, dedicação, atenção e... muito trabalho. Queremos, por exemplo, que eles cresçam saudáveis, inteligentes e que se tornem, na vida adulta, autônomos e felizes. Ensinar valores, bons hábitos, e desde cedo, pode ser a chave para um futuro mais rico e significativo, e por isso algumas atitudes são fundamentais desde o começo da vida.
Evitar o sedentarismo
A tarefa principal da criança é brincar. Mas em um cenário bastante tomado pela tecnologia, é fundamental estimular a criança para brincar livre e em contato com a natureza. Ainda, incentivá-la a fazer atividade física diariamente. Os adultos somos responsáveis por instigar que os filhos se movimentem e não adquiram o péssimo hábito do sedentarismo. Por isso, brincadeiras/passeios periódicos no parque ou na pracinha do bairro, aulas de natação, de karatê etc. são essenciais no período da infância.
Aprender a empatia
Em um mundo permeado por falta de gentileza e intolerância, é expressivo ensinar empatia à criança. Desde cedo, fazê-la perceber que é importante perceber e compreender o outro. Ademais, a criança que se importa com o outro, que apresenta comportamentos de cooperação, é mais aceita socialmente, tem mais amigos, recebe mais atenção.
No dia a dia, sempre que seu filho demonstrar empatia por alguém, faça um elogio. Fale que fica feliz em vê-lo sendo gentil e reforce o bom comportamento, incentivando-o a repetir tal ação.
Ensine ao seu filho as palavras mágicas – por favor, obrigado, desculpe, com licença –, pois isso facilita o seu convívio na escola, na sociedade.
Se deseja que o seu filho seja um ser humano empático, é importante dar exemplo reiterado de empatia – em casa, no trânsito, no trabalho, no momento de lazer. Ensine a empatia na prática, colocando-se no lugar das outras pessoas e mostrando à criança o quanto isso é importante para nossa felicidade.
Menos é mais
Somos todos os dias, adultos e crianças, instigados a consumir de modo desenfreado. Por sua vez, uma vida minimalista, responsável em relação ao meio ambiente, está implicada com o consumo consciente. Ou seja, mais do que tomar uma decisão responsável no processo de compra, consumir de maneira saudável consiste em avaliar as práticas de trabalho das empresas, os impactos no meio ambiente e as finanças da família.
Em casa, valorize mais o ser do que ter. Não seja materialista. Não acumule coisas, não faça adquira coisas desnecessárias. Seu filho observará o seu exemplo e irá segui-lo.
Quando for às compras com seu filho, uma coisa que funciona é não deixar que ele escolha o que quer livremente. Por exemplo, para as crianças maiores de 7 anos, diga qual a quantia de dinheiro limite disponível para ela poder escolher o que deseja.
Permita que seu filho seja ativo na organização doméstica
Em vez de pais protetores, estimule seu filho a assumir certas tarefas em casa. Nos anos iniciais, a criança pequena pode começar com o dever de guardar os próprios brinquedos, e gradativamente evoluir para ações como colocar a mesa, separar o lixo, cuidar do cachorro. São tarefas que vão pouco ao pouco se tornar um hábito e farão a criança entender que ela terá que cuidar de si mesma e de sua casa quando for adulta. A organização doméstica ensina, entre outras coisas, responsabilidade, cooperação e autonomia.
Por Eugênia Pickina para O Consolador, Ano 14 - N° 696 - 15 de Novembro de 2020