"...No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensasões; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas este sol interior..."
(Cap XI item 8) - O Evangelho segundo o
Espiritismo
Como,
pois, exigir amor de alguém que ainda não sabe amar?
Como
requisitar respeito e consideração de criaturas que não atingiram o ponto
delicado do sentimento que é o amor?
Quem dá
afeto recolhe a felicidade de ver multiplicado aquilo que deu, mas somente damos
de conformidade com aquilo de que podemos dispor no ato da
doação.
Há
diversidades de evolução no planeta.
Homens
mal saídos da primitividade campeiam na sociedade moderna, ensaiando os
primeiros passos do instinto natural para a sensibilidade
amorosa.
Eis aqui
uma breve relação de sintomas comportamentais que aparecem nas criaturas,
confundindo o amor que liberta e deseja o bem da outra pessoa com a atração
egoísta que toma posse e simplesmente deseja:
- Há
indivíduos que, para conquistar os outros e convencê-los de suas habilidades e
valores, contam vantagens, persuadindo também a si mesmo, pois acreditam que
para amar é preciso apresentar credenciais e louros, satisfazendo assim as
expectativas daqueles que podem aceitá-lo ou recusá-lo.
- Há
criaturas que tentam amar comprando pessoas, omitindo e negando suas
necessidades e metas existencias, abandonando tudo que lhes é mais caro e íntimo
e depois, por terem aberto mão de todos os seus gostos e desejos, perdem o
sentido de suas própias vidas, terminando desastrosamente seus
relacionamentos.
- Alguns
delegam o controle de si mesmos aos outros, cometendo assim, em "nome do amor",
o desatino de renunciar ao própio senso de dignidade, componente vital à
felicidade. Não é de
surpreender que vivam vazios e torturados, pois tornaram-se "um nada" ao
permitirem que isso acontecesse.
- Outros
tantos usam da mentira, encombrindo realidades e escondendo
conflitos. Convictos de que têm de ser perfeitos
para ser amados, temem a verdade pelas supostas fraquezas que ela possa lhes
expor diante dos outros. Acabam
fracassados afetivamente por falta de honestidade e
sinceridade.
- Certas
criaturas afirmam categoricamente que amam, mas tratam o ser amado como
propiedade particular. Por não
confiarem em si mesmas, geram crenças cegas de que precisam cuidar e proteger,
quando na realidade sufocam e manipulam criando um convívio insuportável e
desgastante.
- Uma das
características mais tristes dos que dizem saber amar é a atitude submissa dos
que nunca dizem "não", convencidos de que, sempre sendo passivos em tudo,
receberão carinho e estima. Esse tipo de comportamento leva as pessoas a
concordar sempre com qualquer coisa e em qualquer momento, trazendo-lhes
desconsideração e uma vida insatisfatória.
Requisitar dos outros o que eles ainda
não podem dar é desrespeitar suas limitações emocionais. Forçar pais, filhos,
amigos e cônjuge a preencher o teu vazio interior com amor que não dás a ti
mesmo, por esqueçeres teus própios recursos e possibilidades, é insensato de tua
parte. É dando
que se recebe; portanto cabe a ti mesmo administrar tuas carências afetivas e
fazer por ti o que gostarias que os outros te fizessem.
Não
peças amor e afeto; antes de tudo, dá a ti memso e em seguida aos outros, sem
mesmo cobrar taxas de gratidão e reconhecimento.
Importante é que sigas os passos de
Jesus na doação do amor abundante, sem jamais exigí-lo de ninguém e sem jamais
esquecer que és responsável pelos teus sentimentos.
Quanto
aos outros, sejam eles quem forem, responderão por si mesmos conforme o seu
livre arbítrio e amadurecimento espiritual.
*Texto extraído
do blog Doutrina Espírita, espiritismo que citou o Livro Renovando Atitudes - do espírito Hammed, pelo médium Fracisco do
Espírito Santo Neto