sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Relacionamentos e espiritualidade

 
Basicamente, do ponto de vista da nossa missão na existência humana, temos três missões a serem realizadas:
 
1- Purificar nossas inferioridades: curar o medo, a raiva, o pessimismo, a ansiedade, a tendência de se isolar, a tendência de se magoar, a tendência de se deprimir, a tendência da agressividade, entre tantas outras emoções negativas.
 
2- Nos harmonizar com espíritos conflitantes: está nas relações um dos nossos maiores desafios. Conquistar harmonia, perdoar, aceitar, tolerar, desenvolver a paciência e o amor incondicional são os maiores desafios que surgem nos relacionamentos, portanto, configura-se uma importante meta a ser alcançada.
 
3- Gerar bons exemplos: é de se esperar que uma pessoa que esteja sintonizada com o seu Eu superior e a sua essência, que tenha naturalmente a tendência de construir atitudes que ajudam ao próximo, das mais diversas formas. As atitudes de doação - em diversos aspectos da existência - e da compaixão, surgem como consequência natural nas pessoas sintonizadas com suas essências.

 
TEMOS A TENDÊNCIA DE ACHAR CULPADOS
 
É muito comum encontrarmos pessoas que colocam a culpa dos conflitos e das crises conjugais na outra pessoa. Também é comum ver que em diversas situações, muitos elegem um obsessor ou uma influência espiritual maligna, como responsável pelo problema. Por isso, antes de adentrarmos a questão da obsessão espiritual nas relações matrimoniais, precisamos entender que na busca da harmonia, são atitudes simples que fazem toda a diferença. Elas se resumem em compreender que atraímos parceiros que tenham a capacidade de aflorar nossas afinidades, mas também nossas inferioridades.
 
EM TODO TIPO DE RELAÇÃO QUEREMOS MODELAR AS PESSOAS!
 
Infelizmente, a falta de paciência, a intolerância, a presunção, a arrogância e o controle são características negativas presentes na maioria das pessoas que vivem nesse planeta. Talvez pudéssemos excluir não mais que umas cem pessoas em todo o globo as quais estão isentas dessas atitudes negativas. Portanto, essa é uma realidade presente na história das pessoas que vivem uma vida conhecida como normal, e mesmo que queiramos negar, basicamente somos intolerantes! Onde isso repercute mais em nossas vidas? Com certeza, em diversas áreas de nossa existência, mas principalmente nos relacionamentos.
 
Tudo o que criticamos em uma pessoa acontece pela falta de tolerância, falta de amor ou compaixão. Queremos - em cem por cento dos casos - que a pessoa se comporte como nós achamos que ela deve se comportar. E o pior, costumamos gostar mais de uma pessoa, no sentido da afinidade mesmo, quando essa age de forma mais parecida com aquilo que nós consideramos certo.
 
E quando elas começam a ter novas ideias, novos caminhos, novos conceitos - porque todo mundo muda - e essa mudança necessariamente não nos agrada, nesse momento o nosso relacionamento com elas começa a se complicar. Complicar porque começamos a querer que a pessoa aja de outra forma, que certamente não será a que ela acha correta, mas a que nós entendermos ser!
 
Nesse caminho, vamos ficando críticos, controladores, intolerantes, ardilosos, impiedosos, em resumo, nos tornamos modeladores de pessoas!
 
Quando isso acontece, estamos abrindo as portas para que todo o mal venha ampliar os conflitos dessa relação, até mesmo obsessões espirituais. Mas mesmo assim, será que temos o direito de dizer que a causa do conflito e da possível separação seja realmente a ação maligna de um ou mais espíritos? E qual a solução para isso? Como contornar tais situações tão comuns?
 
Aprendendo a aceitar as pessoas como elas são. Mantendo a liberdade nas relações, cultivando o respeito pelas vontades alheias e entendendo principalmente que ninguém, ninguém mesmo é responsável pela sua felicidade. Da mesma forma, jamais aceite o peso da responsabilidade de fazer alguém feliz. Quando o comportamento de alguém lhe fizer mal, não tente mudar a pessoa, esse é o pior caminho, mais sofrido, mais tortuoso, mais custoso, mais escuro. Não seja um modelador de pessoas, seja um modelador de emoções negativas em positivas, porque esse é o segredo para estabelecer relações pautadas no amor.
 
A OBSESSÃO ESPIRITUAL É ATRAÍDA PELO CASAL
 
Por sintonia e principalmente por negligenciar a importância da disciplina espiritual constante, com muita facilidade um relacionamento pode ser afetado espiritualmente por obsessores, os quais venham estimular mais conflitos, discórdia e desamor entre as partes.
 
Alguns espíritos podem vir por conta de ligações negativas de vidas passadas, outros podem ser atraídos pelo padrão de pensamentos perturbados do casal ou de um dos cônjuges. Nesses casos, esses seres conseguem facilmente estimular que as inferioridades do casal sejam evidenciadas e com isso o hábito da crítica se expande descontroladamente. Já outros obsessores podem ser espíritos sofredores que quase não tem consciência de que estão atrapalhando. Alguns nem percebem que já desencarnaram. Existe também a obsessão em que há espíritos conscientes e habilidosos na prática do mal, esses facilmente detectam os pontos de conflito na personalidade de cada um, e assim os exploram com muita perícia, ampliando a intensidade dos conflitos. Esses obsessores mais especializados são atraídos para a vida de um casal por conta de laços de vidas passadas ou também por trabalhos de magia negra. Mas a regra que vale para toda situação de obsessão é que essas influências espirituais entram sempre por uma fenda, que sempre é gerada por uma falha moral, seja mental ou emocional.
 
Portanto, não existem vítimas. Grande parte das influências espirituais negativas seriam evitadas se o casal tivesse como hábito e rotina em seu lar, a busca constante pela espiritualidade e a prática da oração. A arte de construir e manter um relacionamento em harmonia acontece na mesma proporção em que se dedica amor, admiração e tolerância. Por isso, para ser feliz, ambos precisam desenvolver sabedoria, paciência para assimilar em silêncio e resignação, as crises temporárias da outra pessoa.
 
*Texto publicado no site da Revista Cristã de Espiritismo, por Bruno Gimenes.