A
mulher entrou no consultório do psicoterapeuta e se sentou. Antes de começar a
falar, já chorava.
Quando
finalmente conseguiu parar de soluçar, disse: Estou
sozinha. Meu marido me largou há dois meses. Viajei, pensando que esqueceria,
mas não consigo esquecer.
Ele
é um ingrato. Afinal, eu lhe dei os melhores anos de minha vida. Eu lhe dei
filhos lindos. Eles sempre estavam prontos, bem vestidos e penteados, com as
mochilas às costas, na hora de ir para a escola.
Sempre
tive a refeição pronta quando ele chegava, não importando a hora. Sempre recebi
os amigos dele. Sempre fui a todos os lugares com ele, mesmo que não gostasse.
Sempre sorri, para que todos soubessem que ele tinha uma esposa
feliz.
Dei-lhe
uma casa maravilhosa. Nunca permiti que existisse pó sobre os móveis. Sempre
tive o máximo de cuidado com os lençóis para que estivessem brancos, bem
passados, perfumados.
E
agora, isso! Ele conheceu uma mocinha no escritório, se apaixonou por ela e me
deixou.
Ela
não entendeu. Sim, durante anos ela o servira como cozinheira, arrumadeira, babá
dos filhos dele. Mas nunca se lembrara de que era a esposa, a companheira, a
amiga.
* * *
Naturalmente,
ter a casa arrumada, lençóis limpos, crianças alinhadas e prontas é importante.
Mas não é tudo. Mesmo porque, algumas dessas tarefas podem ser delegadas a
terceiros.
Uma
refeição pode ser conseguida em um restaurante, roupas limpas na lavanderia, a
casa pode ser limpa pela faxineira.
Mas
o carinho de uma esposa não se compra. Espera-se, simplesmente, como a esposa
aguarda o do marido.
Mais
importante do que a casa sem pó, é um sorriso e um abraço de ternura quando os
dois se encontram.
Mais importante do que o tapete exatamente no lugar e todos os enfeites bem dispostos sobre os móveis, é uma mão que aperta a outra com força.
Mais importante do que o tapete exatamente no lugar e todos os enfeites bem dispostos sobre os móveis, é uma mão que aperta a outra com força.
É
a companhia agradável de quem se senta ao lado, olha nos olhos e descobre que o
outro teve um dia terrível.
Um
confia ao outro as suas dificuldades e suas ansiedades, encontrando aconchego
mútuo.
Amar
é dar-se, é confiar. Olhar juntos para os filhos que crescem e vão se tornando
independentes.
* * *
Lembre-se:
o mais importante são as pessoas. De que adianta a casa, o carro, as joias, se
não houver pessoas para partilhar com você?
Entre
as pessoas existem aquelas que dependem do nosso afeto. Por isso, não se canse
de amar.
Olhe
para as pessoas. Preste atenção nas suas palavras, gestos, olhares, sentimentos.
Em especial aquelas que compartilham com você do mesmo teto, pois são as que
mais necessitam do seu amor.
Redação
do Momento Espírita, com base no cap. É aí
que está a
luz (a busca do ser), do livro Vivendo, amando e aprendendo, de Leo
Buscaglia, ed. Nova era.
Em 11.07.2012.
luz (a busca do ser), do livro Vivendo, amando e aprendendo, de Leo
Buscaglia, ed. Nova era.
Em 11.07.2012.