segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Allan Kardec e as Obras Básicas - Part. II

Por Fabiana Lampréia Padilha

Allan Kardec: O Homem

Na cidade de Lião, na França, nasceu no dia 3 de outubro de l804, aquele que se celebrizaria sob o pseudônimo de Allan Kardec. De tradicional família francesa de magistrados e professores, filho de Jean Baptiste Antoine Rivail e Jeane Louise Duhamel, foi batizado com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail.

Em Lião fez os seus primeiros estudos, seguindo depois para Yverdon, na Suíça, a fim de estudar no Instituto do célebre professor Pestalozzi. O instituto desse abalizado mestre era um dos mais famosos e respeitados em toda a Europa. Desde cedo Hippolyte Léon tornou-se um dos mais eminentes discípulos de Pestalozzi, tendo inclusive, com a idade de 14 anos, ensinado aos condiscípulos menos adiantados, tudo o que aprendia.

Concluídos os estudos em Yverdon, regressou a Paris, onde se tornou conceituado mestre não só em Letras, como na Ciência, distinguindo-se como notável pedagogo e divulgador do Método Pestalozziano. Conhecia diversas línguas, entre elas o italiano e alemão, tendo traduzido várias obras para o francês. Contraiu matrimônio com a professora Amelie Gabrielle Boudet, conquistando uma preciosa colaboradora. O casal não teve filhos.

Como pedagogo, Rivail publicou numerosos livros didáticos. Apresenta na mesma época, planos e métodos referentes à reforma do ensino francês. Entre as obras publicadas, destacam-se: Curso Teórico e Prático de Aritmética, Gramática Francesa Clássica, Catecismo Gramatical da Língua Francesa, além de programas de cursos ordinários de Física, Química, Astronomia e Fisiologia.

Allan Kardec: O Codificador

Começa a missão de Allan Kardec quando, em 1854, ouviu falar pela primeira vez nas mesas girantes através do amigo Fortier, um pesquisador emérito do Magnetismo (Kardec a época interessava-se também pelo estudo desta ciência). Em princípio, Kardec revelou-se cético, face à sua posição de livre pensador, de homem austero, sincero e observador. Exigindo provas, mostrou-se inclinado à observação mais profunda dos ruidosos fatos amplamente divulgados pela imprensa francesa.

No ano seguinte, 1855, aceita o convite para assistir a uma sessão de mesas girantes, e vendo o fenômeno, ele se interessa profundamente. Vê ali um fenômeno inusitado que deveria merecer um exame cuidadoso. Ele decide então, aos 51 anos de idade, estudar o fenômeno mediúnico. Passa a freqüentar a residência de diversos médiuns, recebe cadernos contendo anotações de mensagens recebidas anteriormente, discute, analisa, apresenta questões de grande profundidade aos Espíritos, convencido que está da realidade do mundo extra-físico.

O grande material estudado por ele, mais as centenas de questões propostas às Entidades Luminosas, deram condições ao professor Rivail de publicar a sua primeira obra, O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857. Esta data passou a ser considerada como a de fundação do Espiritismo.

Decide adotar o pseudônimo de Allan Kardec por dois motivos: primeiro para que o seu nome real, conhecidíssimo em Paris, não viesse a interferir na grandeza do livro, que segundo ele, deveria florescer pelo seu valor e, não pelo autor que o subscrevia. Segundo, em homenagem a uma existência que ele tivera nas Gálias, no primeiro século antes de Cristo, onde fora um sacerdote druida denominado Allan Kardec.

Fundou em lº de janeiro de 1858 a Revista Espírita, órgão mensal que deveria assumir um papel importantíssimo na divulgação da Doutrina, e no mesmo ano, no dia 1º de abril, ele funda a primeira sociedade espírita com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. No dia 15 de janeiro de 1861 lança O Livro dos Médiuns, e depois, sucessivamente, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese.

Kardec vem a deixar o mundo físico na manhã do dia 31 de março de 1869, em função da ruptura de um aneurisma cardíaco.


* Trechos retirados do texto 'Allan Kardec e as Obras Básicas', extraído do site Portal do Espírito.