quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Por que aumentam os livros de Chico?

Muitos perguntam por que o número de obras de Francisco Cândido Xavier continua aumentando, se ele já morreu há quase 13 anos. A explicação é simples. Em 75 anos de exercício da mediunidade, Chico psicografou milhares e milhares de mensagens individuais que por algum motivo foram mantidas inéditas pelos destinatários.
 
Depois de sua morte, alguns resolveram e outros podem ainda publicá-las. Assim, se em 30 de junho de 2002, quando deixou este mundo, eram pouco mais de 400 seus livros, este número já ultrapassa 485 e deve crescer. Essa estatística é de Geraldo Lemos Neto, seu amigo de longa data e fundador da Casa de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, onde nasceu e viveu o médium a primeira parte de sua vida, antes de se mudar, em 1958, para Uberaba. A Editora Vinha de Luz, em Belo Horizonte, de sua propriedade, já publicou mais de uma centena de obras sobre o saudoso mestre.
 
Autoridade maior nesse assunto em Goiás é Weimar Muniz de Oliveira, juiz de Direito aposentado, fundador e vice-presidente da Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas, duas vezes presidente da Federação Espírita do Estado de Goiás, diretor- secretário do Centro Espírita Lar de Jesus e autor de numerosas obras sobre Chico, de quem se fez colaborador desde a década de 50. Eis uma de suas conclusões: Emmanuel, o guia do grande extra-sensorial, nos legou 103 livros de autoria própria, colaborando em outros 293 de autores diversos.
 
Mensagens no culto do Evangelho no lar
 
Exemplos mais conhecidos de livros seus produzidos depois que Francisco Cândido Xavier retornou ao Mundo Maior são Sementeiras de luz, 2006, 670 páginas; Deus conosco, 2007, 625 páginas, e Militares no Além, 2008, 168 páginas. Os três foram organizados por Wanda Amorim Joviano, filha de Rômulo Joviano, dirigente da Fazenda Modelo, do Ministério da Agricultura em Pedro Leopoldo, onde Chico trabalhou até se transferir para Uberaba.
 
Na introdução do Sementeiras de Luz, Geraldo Lemos Neto conta como foram conseguidas as psicografias nele estampadas: “Semanalmente, às quartas-feiras, de 1935 a 1957, Francisco Cândido Xavier comparecia ao culto do Evangelho no lar do doutor Rômulo Joviano e dona Maria Joviano, pais da jovem Wanda.
 
Durante as preces habituais, diversos amigos espirituais se manifestaram pela psicografia de Chico: Emmanuel, Abílio Machado, Augusto de Lima, Casimiro Cunha e outros tantos. Mas é Arthur Joviano, pai do doutor Rômulo, quem se destaca na assistência amorosa e desvelada pelos que ficaram na retaguarda do mundo terrestre, escrevendo-lhes as belíssimas páginas de consolação e esclarecimento ora transformados em livros para deleite de todos.
 
A comunidade espírita já o conhece como Neio Lúcio, autor de alguns livros da psicografia de Chico Xavier. É a mesma personalidade de Cneius Lucius, do romance 50 anos depois, e de Jaques Duchesne Davenport, do romance Renúncia, sobre quem encontramos a referência carinhosa de Emmanuel, psicografada em 14 de dezembro de 1949, e que constitui o prefácio espiritual desta À medida que o leitor descortinar as encantadoras mensagens de Neio Lúcio, acompanhará com prazer as notícias da Espiritualidade Maior no próprio desenvolvimento das revelações que surgiram pela psicografia de Chico Xavier. Verificará a história espírita, não sob a ótica dos homens, mas da dos que lhe foram agentes partícipes – os espíritos.”
 
Os proventos do Sementeira de Luz foram doados por Wanda Joviano às atividades filantrópicas e educacionais do Lar Espírita André Luiz, de Petrópolis, Rio de janeiro.
 
Auxílio no grave acidente com cavalo
 
Um de seus relatos: Rômulo Joviano sofreu uma vez grave acidente caindo do cavalo que montava e recebeu a seguinte mensagem de seu pai Arthur, psicografada por Chico na reunião de 15/2/1939:
“Meu caro Rômulo, é para você o meu pensamento. Tão logo você foi vítima do acidente, procuramos auxiliá-lo, de modo que piores não fossem as consequências. O esmagamento e a dilaceração íntima dos tecidos foram mais fortes do que julga, elevando-se ao céu o nosso agradecimento em vista de, com o amparo do Alto, termos podido evitar lesões graves, ajudando seu pé a se retirar dos estribos.
 
Você terá de se entregar novamente ao trabalho de cada dia, porquanto a atividade realizadora incorporou-se às operações necessárias ao equilíbrio de seu organismo físico e psíquico, mas não deve se deixar conduzir por extravagâncias, guardando o repouso possível. Convém a continuidade do uso dos linimentos, muito úteis ao restabelecimento de ordem celular, na intimidade dos tecidos orgânicos. Os banhos quentes de água salgada devem prevalecer doravante apenas para a perna dolorida. Tudo teria feito para evitar o contratempo, com o meu paternal e fraterno carinho, mas em tudo devemos louvar aquela misericórdia, cujos desígnios nós não podemos sondar. Na primeira oportunidade, você deve procurar o profissional que o assiste, pois somos de opinião que se desfaça o serviço anterior, a fim de que a raiz seja desinfetada e tratada eficientemente. Deus nos auxiliará em nossos bons propósitos.”
 
*Texto escrito por Javier Godinho, extraído do site do Diário da Manhã.