
Todas as religiões sérias merecem nosso respeito, principalmente quando cumprem a missão primordial de ligar a criatura ao Criador. Todavia, para muitas pessoas a religião é representada por sistemas teológicos esdrúxulos, criados por pessoas muito criativas para implantar o medo, a exploração dos fiéis, podendo causar a loucura, e, não raro, pregando uma vitória que se consubstancia apenas em aquisições de bens materiais ou na obtenção de vantagens em relação ao seu próximo.
Na visão kardequiana, “a religião deve produzir o maior número possível de homens de bem”. O Espírito Camilo, por meio da psicografia de Raul Teixeira, no livro Educação e Vivências, afirma que “a religião deve embelezar as almas, iluminar vidas, nortear com segurança, sem ameaças e promessas de valor”. Por essa razão, engana-se quem mede o valor de uma doutrina pelo seu número de adeptos ou pela sua participação nos governos do mundo, o que nos remete à advertência de Jesus, segundo a qual “nem todos os que dizem: ‘Senhor, Senhor, entrarão no Reino dos Céus’(...)”, pois é fácil falar, trabalhoso é se aprofundar nas lições e vivenciá-las.
Por isso é fundamental a evangelização infantil, posto que as crianças que recebem tal benefício estão muito mais bem equipadas para o constante processo de educação chamado vida, com conquistas e reveses naturais e inevitáveis, pois possuem mais resistências, como comprovam neurocientistas, no tocante à confiança e coragem, e os cardiologistas, quanto à melhoria mais fácil e rápida de pessoas que sofreram algum mal do coração, mas praticam a fé, com obras, é claro.
Ora, sabemos que os encrenqueiros das festas, as crianças revoltadas, drogadas, são aqueles seres confiados a nossa guarda que são, ou foram, criados sem amor e religião, mas com autoritarismo, barganha, ou excesso de liberdade. Quer nos parecer que muitos pais somente fazem propaganda de seus filhos, os fantasiando de lutadores orientais ou bailarinas e desfilando com os pequenos pelas ruas, deixando, porém, de transmitir valores cristãos imperecíveis. Aliás, vemos como um grave erro, ou desculpismo, deixar a criança crescer para escolher, justamente pelo grande marketing religioso arrebatador dos menos avisados, que ao invés de libertar consciências, escraviza e torna a pessoa mais materialista.

Por Nestor Fernandes Fidelis
Publicado no site da FEEMT