
Ensina-nos a
doutrina espírita que existem temperamentos mais propensos a esse ou àquele
comportamento, mas não está aí a explicação nem a justificativa para as atitudes
negativas, nem mesmo para as reações intempestivas a que muitos se entregam,
tendo em vista que as emoções estão às ordens daquele que as possui, no caso o
Espírito humano, de quem tudo emana.
Geralmente,
justifica-se o homem: “perdi o controle”. Sem ser simplório ponderamos: “Nunca o teve
completamente”, uma vez que, conquistado, um valor nunca se perde, porém,
quando imperfeito sofre-se lhe a falta.
Entendemos
que as emoções possuem suas raízes nas sensações, intimamente ligadas aos
instintos. A princípio elas não são nem boas nem más. É uma força que não se
pode negar, assemelha-se às forças da natureza agindo em qualquer direção. Essa
força que flui repentinamente deve alcançar urgente educação; necessita ser
domada, controlada e direcionada pelo poder de uma vontade melhorada, para que
se possa adquirir o controle das próprias reações e atitudes.
A chamada
“força de vontade” ganha amplitude em alguns apenas quando a dor cumpre o
seu papel, fazendo com que a duras penas a pessoa repense suas atitudes pelo
efeito do prejuízo moral, material ou espiritual que o alcança; em outros ela se
robustece nos bons exemplos que observa; em outros ainda pode advir da própria
experiência na prática caridosa de viver, que lhe fortalece os valores
superiores, minimizando-lhe os impulsos negativos.
Essa
conquista dependerá sempre do interesse do candidato na sua melhoria. Não querer
saber sobre sua vida é caminhar como desconhecido para si mesmo, possibilitando
o surgimento de surpresas desagradáveis.
Nessa
empreitada ofertou ao homem o Senhor Jesus: “Vinde a mim vós que estais
aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. Vivendo como Ele ensinou, é
possível aliviar-se do peso da vaidade e do orgulho vão, responsáveis pela
maioria das emoções descontroladas que governam a vida de muitos homens neste
mundo.
O bom coração
nasce no desejo de possuí-lo.
*Texto extraído do site da Revista O Consolador, em Crônicas e Artigos, por ADELVAIR
DAVID.