Você costuma se queixar?

Deve-se reconhecer que a vida é difícil, que a luta diária pela sobrevivência requer muito esforço e esse esforço redunda, não poucas vezes, insuficiente para vencer todos os compromissos que a sociedade impõe.
Entretanto, essa é a situação de mais da metade do povo brasileiro.
O queixoso não se dá conta disso, e julga-se o único atingido pelas vicissitudes da existência.
Conta-se que uma senhora adentrou desesperada numa sociedade espírita. Imediatamente foi atendida naquilo que chamamos Diálogo Fraterno.
Em particular, ela recebeu a atenção de um senhor muito prestativo e sorridente.

Revelando compaixão e serenidade, o homem atencioso esclareceu-a, explicando que os centros espíritas não se prestavam a tais serviços. Mas que ela deveria confiar na bondade de Deus, pois, talvez, antes do que pudesse acreditar, teria a alegria de encontrar o anel, caído em algum canto da casa.
A seguir, falou-lhe da beleza da vida e das lembranças emotivas que deveria guardar, com otimismo, em relação ao marido que, apesar de morto para a realidade física, prosseguia vivendo no mundo invisível.
A mulher, finalmente, se acalmou.
Somente na despedida, quando foi agradecer pela atenção recebida, é que ela pôde perceber que o homem que a tranquilizara pela perda de um anel não tinha os dois braços.
* * *

Assim, espanquemos a nuvem da queixa com os instrumentos de segurança plena, e apaguemos a fogueira da impulsividade que nos impele aos atos impensados, afastando-nos dos deveres para com a vida.
A queixa pode ser comparada a um ácido perigoso que sempre produz dano.
Antes de nos lamuriarmos, olhemos para trás e contemplemos os que estão na retaguarda.
*Texto extraído do blog Espiritismo na Rede